No tempo da minha saída da Editora Abril, tive três encontros decisivos com os patrões. O primeiro, em fins de janeiro de 1976, com Victor Civita, o qual me instou a executar certas ordens impossíveis de serem obedecidas. Donde saí da sala dele depois de anunciar a minha demissão. Foi proibido o meu ingresso no edifício abriliano às margens do Tietê e houve agitação na redação. Roberto Civita, por intermédio da Editora de Internacional, Dorrit Harazim, propôes avistar-se comigo. Nos primeiros dias de fevereiro, por decisão minha e no horário que eu pretendia, ele foi à minha casa. Para confessar, basicamente, que seu mentor na manobra urdida contra mim era o ministro da Justiça (Justiça?) Armando Falcão. Orientador. Conselheiro. Inspirador. Botei-o porta afora.
O terceiro encontro deu-se com Victor Civita, convencido de que precisava da minha ajuda para deixar a redação tranquila. Topei o convite por dois motivos. Por causa dos colegas, depois de oito anos de vida em comum, e por causa da curiosidade em conhecer os meandros da operação conduzida em parceria com Falcão. Entrei na sala do boss e ele recebeu de braços abertos. "Ajude a gente a resolver o caso", pediu. Saiu de trás de sua ampla mesa em forma de feijão e sentou-se ao meu lado. Declinei de saída as razões que ali me conduziam e comuniquei-lhe, com todas as letras: "Seu filho Roberto é um cretino". E ele, com bonomia: "Não diga isso, diga ingênuo". Lembrei-me do episódio depois de ler as apreciações do presidente Lula a respeito do irmão Vavá.
enviada por mino carta
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