Escutas clandestinas feitas na Bahia em 2002, a mando do senador Antonio Carlos Magalhães, morto no ano passado, devem abrir na próxima semana uma guerra entre oposição e base aliada na CPI dos Grampos – ou, na melhor das hipóteses, entre PT e Democratas (DEM), legenda à qual pertencia ACM.
Estão na fila de espera para serem votados na comissão quatro requerimentos para convocar os supostos “agentes” do cacique baiano que grampearam seus inimigos políticos naquele Estado. As denúncias e investigações feitas na época davam conta de nada menos que 126 telefones interceptados. O atual relator da CPI, deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA), foi uma das vítimas.
Os quatro requerimentos são de autoria do deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA), que explica: “O requerimento chama os envolvidos diretos no caso: a secretária de segurança o delegado de polícia, o chefe da casa Militar e o operador do grampo (todos autoridades da Bahia em 2002). Estamos aqui para investigar uma escuta ilegal que envolveu diretamente parlamentares que hoje estão aqui e que não foi concluída, não houve punição para os envolvidos. Esse grampo envolveu funcionários e dinheiro públicos”.
Nos bastidores, o líder do DEM na Câmara, deputado federal ACM Neto (o nome explica tudo), quer impedir a todo custo a ressurreição da história, que só atrapalharia sua legenda e aliados num ano eleitoral.
Há membros da CPI que revelaram ter recebido telefonema direto de ACM Neto com o aviso: se aprovarem os requerimentos, vai haver guerra.
(Regina Bandeira e Rodrigo Ledo, repórteres)
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