Uma longa e quase interminável guerra iniciada pelo príncipe Paris apos o seqüestro de Helena... A guerra de Tróia constitui-se um dos mais incríveis e apaixonantes episódios da historia da Grécia antiga. Ainda hoje lembro de meu professor Ismael Cruz Lima se deliciando ao nos falar dos mitos e historias da antiguidade helênica. Homero o autor da Ilíada a descreve de forma mitológica e poética.
Na idade moderna com o advento da Arqueologia e escavações de cidades antigas os historiadores passaram a admitir que mais que mito a guerra teria de fato acontecido. Datando-a por volta do século doze ou treze antes de Cristo.
O episódio mais conhecido da guerra, no entanto é seu final, quando o genial Odisseu o general grego que comandava as tropas no cerco a Tróia inventa fazer um gigantesco cavalo de madeira com o interior oco onde esconde alguns soldados gregos e deixa o “presente” às portas da cidade de Tróia, o resto todos já sabem.
Nesta semana que passou é possível que Ilhéus tenha recebido um Cavalo de Tróia ou um presente de grego, com a anunciada implantação de um porto na praia do Norte.
Antes de qualquer coisa já deixo claro que não sou contra o porto, pelo contrario são de ações como estas que a cidade precisa para retomar o desenvolvimento e romper com o ciclo feijão com arroz que vivemos.
Acredito também nas boas intenções do governador Wagner, em apontar para Ilhéus um investimento de tal volume, começa assim a cumprir propostas de campanha e abrir as portas do desenvolvimento da cidade e região.
O Cavalo de Tróia entra em nossa historia quando descobrimos a localização prevista para o porto, exatamente no centro de uma Área de Proteção Ambiental (APA), em cima de uma das mais importantes manchas florestais atlântica ainda existente e próxima a área onde foi identificada a maior biodiversidade vegetal do planeta, com mais de quatrocentos espécies vegetais por hectare.
A falta de estudos prévios e de um debate adequado com setores das comunidades envolvidas com a praia do Norte é somente parte do problema.
Ao longo dos últimos vinte anos o estado da Bahia vem apontando para esta área como uma região destinada ao desenvolvimento de turismo sustentável com prioridade para proteção e valorização dos ativos ambientais próprios do local, Lagoa Encantada, mananciais importantes da Floresta Atlântica, rio Almada, serra e parque do Condirú, restingas e uma praia com quarenta quilômetros de extensão, sem falar na fauna e flora.
Não sou também dos que acreditam no modelo de hotelaria de grande impacto, cassas de aluguel e condomínios fechados. Não este não é o melhor para aquela área, o turismo ali é para ser desenvolvidos com pequenos hotéis charme, bons restaurantes, parques ambientais, campos de golfe, áreas de lazer e serviços de grande valor agregado. A região do entorno de Serra Grande caminha (caminhava) para ser o destino turístico mais seletivo e caro do Brasil, isso que dizer emprego e renda.
Na ponta do lápis um conjunto deste renderia mais emprego e mais impostos diretos ao município que um complexo portuário gerador de icms (imposto estadual e federal) e pouquíssimo emprego.
Caso o governo insista em realizar este projeto na área a ser desapropriada sem considerar os impactos e degradações advindas, poderá sofrer uma grande derrota política quando ao cabo de varias batalhas tiver que recuar.
Afinal não é concebível mais nos dias de hoje a cena de tratores derrubando florestas nativas visando a construção seja lá do que for, enfrentará a mobilização de centenas de ongs e organismos internacionais como o Bird e o Banco Mundial outrora parceiros do estado na estratégia de ocupação sustentável da área, também haverá forte repercussão na mídia e na opinião publica que não agüenta e não admite assistir mais florestas sendo derrubadas.
O melhor caminho sem duvida é o dialogo, com certeza o uso de novas tecnologias e da capacidade criativa de engenheiros, ambientalistas e lideranças comunitárias, terminará por encontrar outra área ou outra forma de realizar o previsto em áreas mais adequadas ou mesmo minimizar de forma equilibrada os impactos visíveis, ainda que na mesma área se isso for possível quem sabe.
Não existe outro caminho a não ser o do desenvolvimento sustentável, fora deste não existe vida!
Ou, com o tempo os soldados gregos saíram da barriga do cavalo e vão escancarar as portas para o exercito do inimigo chamado progresso a qualquer custo, ai já será tarde.
Neste sentido faço um apelo ao governador Wagner, queremos o porto, mas também queremos discutir onde, quando, como e quanto.
Gerson Marques
Na idade moderna com o advento da Arqueologia e escavações de cidades antigas os historiadores passaram a admitir que mais que mito a guerra teria de fato acontecido. Datando-a por volta do século doze ou treze antes de Cristo.
O episódio mais conhecido da guerra, no entanto é seu final, quando o genial Odisseu o general grego que comandava as tropas no cerco a Tróia inventa fazer um gigantesco cavalo de madeira com o interior oco onde esconde alguns soldados gregos e deixa o “presente” às portas da cidade de Tróia, o resto todos já sabem.
Nesta semana que passou é possível que Ilhéus tenha recebido um Cavalo de Tróia ou um presente de grego, com a anunciada implantação de um porto na praia do Norte.
Antes de qualquer coisa já deixo claro que não sou contra o porto, pelo contrario são de ações como estas que a cidade precisa para retomar o desenvolvimento e romper com o ciclo feijão com arroz que vivemos.
Acredito também nas boas intenções do governador Wagner, em apontar para Ilhéus um investimento de tal volume, começa assim a cumprir propostas de campanha e abrir as portas do desenvolvimento da cidade e região.
O Cavalo de Tróia entra em nossa historia quando descobrimos a localização prevista para o porto, exatamente no centro de uma Área de Proteção Ambiental (APA), em cima de uma das mais importantes manchas florestais atlântica ainda existente e próxima a área onde foi identificada a maior biodiversidade vegetal do planeta, com mais de quatrocentos espécies vegetais por hectare.
A falta de estudos prévios e de um debate adequado com setores das comunidades envolvidas com a praia do Norte é somente parte do problema.
Ao longo dos últimos vinte anos o estado da Bahia vem apontando para esta área como uma região destinada ao desenvolvimento de turismo sustentável com prioridade para proteção e valorização dos ativos ambientais próprios do local, Lagoa Encantada, mananciais importantes da Floresta Atlântica, rio Almada, serra e parque do Condirú, restingas e uma praia com quarenta quilômetros de extensão, sem falar na fauna e flora.
Não sou também dos que acreditam no modelo de hotelaria de grande impacto, cassas de aluguel e condomínios fechados. Não este não é o melhor para aquela área, o turismo ali é para ser desenvolvidos com pequenos hotéis charme, bons restaurantes, parques ambientais, campos de golfe, áreas de lazer e serviços de grande valor agregado. A região do entorno de Serra Grande caminha (caminhava) para ser o destino turístico mais seletivo e caro do Brasil, isso que dizer emprego e renda.
Na ponta do lápis um conjunto deste renderia mais emprego e mais impostos diretos ao município que um complexo portuário gerador de icms (imposto estadual e federal) e pouquíssimo emprego.
Caso o governo insista em realizar este projeto na área a ser desapropriada sem considerar os impactos e degradações advindas, poderá sofrer uma grande derrota política quando ao cabo de varias batalhas tiver que recuar.
Afinal não é concebível mais nos dias de hoje a cena de tratores derrubando florestas nativas visando a construção seja lá do que for, enfrentará a mobilização de centenas de ongs e organismos internacionais como o Bird e o Banco Mundial outrora parceiros do estado na estratégia de ocupação sustentável da área, também haverá forte repercussão na mídia e na opinião publica que não agüenta e não admite assistir mais florestas sendo derrubadas.
O melhor caminho sem duvida é o dialogo, com certeza o uso de novas tecnologias e da capacidade criativa de engenheiros, ambientalistas e lideranças comunitárias, terminará por encontrar outra área ou outra forma de realizar o previsto em áreas mais adequadas ou mesmo minimizar de forma equilibrada os impactos visíveis, ainda que na mesma área se isso for possível quem sabe.
Não existe outro caminho a não ser o do desenvolvimento sustentável, fora deste não existe vida!
Ou, com o tempo os soldados gregos saíram da barriga do cavalo e vão escancarar as portas para o exercito do inimigo chamado progresso a qualquer custo, ai já será tarde.
Neste sentido faço um apelo ao governador Wagner, queremos o porto, mas também queremos discutir onde, quando, como e quanto.
Gerson Marques
2 comentários:
Gerson:
Parabéns pela coragem de levantar um assunto tão polêmico provocando a sua discussão.
Parabéns também pela forma educada e desapaixonada com que você trata o problema.
Devemos sim discutir o futuro que queremos para a nossa Região, levando em consideração que a nossa rica biodiversidade não pode ser colocada em risco, pois é o nosso maior patrimônio.
Desenvolvimento Sustentável este deve ser o nosso foco.
Carlos Mascarenhas
Gerson
PARABÉNS! Está tudo andando muito rápido e tenho que dizer o quanto me preocupa isso. Senão vejamos:
Ao contrário do que conhecemos e acreditamos que esta seja uma notícia eleitoreira; que irão durar 30 anos para que seja realidade (antes fosse); que isso é muito bom para Ilhéus; devo informar que está tudo acontecendo muito rápido. Está tudo acontecendo com formato PPP (Parceria Público Privada), ou seja, o setor privado interessado tem muito dinheiro, senão vejamos:
- Em dezembro começa movimentação em Ilhéus sobre o assunto:
- 31/12 é lançado o Edital do EIA/RIMA para a ferrovia oeste/leste de n.º 06/07;
- 07/01 é lançado o Edital do projeto AEROFOTOGRAMÉTRICO, de nº 07/07;
- 04/01 o Decreto 10.812, institui o Grupo de Trabalho que acompanhará as atividades da mineração em Caetité e Porto Sul, que é composto das Secretarias de Planejamento, Infra-estrutura, Indústria e Comércio e Meio-ambiente e nesta última um dos integrantes é o Prof. de Ética - Eduardo Mattedi Furquim Werneck e na Conferência Regional do Meio-Ambiente, ele disse que nada estava ainda definido e estudos estavam sendo feito (19.02.2007);
- 13/01 o Governador Jacques Wagner, visita Ilhéus e no encontro com Representantes de Empreendimentos Turísticos informa que estará no TXAI dia 15/02, falando para investidores Americanos da Invest Tur S/A e que a localização do Porto ainda será definida de acordo com estudos em curso e são 7 as opções (número suspeito);
- Dia 15/02 (sexta-feira) o Governador e Secretários de Turismo e Meio Ambiente estão no TXAI. O Governador faz a apresentação mostrando números da economia Bahiana e nada comenta sobre a localização do Porto Sul e este Empreendedor, a Invest Tur, lançou no seu site o próximo investimento NOSSA SENHORA VITÓRIA RESORT RESIDENCE , localizado no km 22 da BA-001 – Ilhéus-Itacaré.
- Dia 19/02 (segunda-feira), é assinado o Decreto Estadual 10.917, desapropriando 17.713.175,48m² na Rodovia BA-001;
- Dia 28/02 o Governo do Estado através da sua Secretaria de Meio Ambiente faz uma apresentação do projeto para o CEPRAM – Conselho Estadual da Preservação Ambiental e lá estava, defendendo ferozmente o Projeto e dizendo que não haverá prejuízos para o meio ambiente, aquele mesmo Prof. de Ética que fez a abertura da Conferência Estadual do Meio Ambiente e lá nesta apresentação fazia-se presente representantes da BML – BAHIA MINERAÇÃO LTDA. As pessoas que conseguiram chegar lá sem serem convidadas tiveram que fazer um verdadeiro trabalho de investigação, pois ninguém “sabia” informar nada, mas chegamos lá e vimos e ouvimos tudo. VOCÊS NÃO TÊM IDÉIA DO QUE SE VAI FAZER NO MEIO DA NOSSA SALA DE VISITAS, SEM NOS AVISAR!!!!
- 28/02 - Para Ilhéus veio o Secretário de Infra-estrutura com o objetivo de convencer ao Delegado dos Porto, da importância do projeto e o que terá como contra partida, o porto já existente;
- 28/02 – Estavam no Fórum de Turismo os Secretários do Meio-Ambiente e o Secretário de Turismo (que me parece está à margem do processo). Pasmem senhores... O assunto principal eram as APAS do Litoral Norte e as APAS do Litoral Sul?
- Dia 02/03 (amanhã) O Governador estará sabem onde? Em Caetité, vejam a notícia no link abaixo. Estará em Caetité a equipe o Governo e o MEGA MILIONÁRIO INDIANO AGARWAL PRAMOD, que é o Senhor absoluto da BML (100% dele) Lá o projeto será apresentado publicamente. Agora aqui, ninguém sabe nada!!!!
http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=5707
Em 01/03 – No site da CODEBA Tomei conhecimento de que o minério não é apenas ferro. É URÂNIO! http://www.codeba.com.br/noticias.php?pagina=23&cod_noticia=402
Em 01/03 – Resolvo pesquisar mais e encontro muito mais informação em site oficiais
http://www.codeba.com.br/noticias.php?pagina=23&cod_noticia=402
O QUE EU PEÇO É RESPEITO AOS CIDADÃOS DESTE MUNICÍPIO. VENHAM AQUI E NOS DIGAM O QUE PRETENDEM. JÁ SABEMOS TUDO. O PRAMOD TEM MUITO DINHEIRO PARA GASTAR? ENTÃO PROCURE UM OUTRO LOCAL, NADA DE FAZER MAIS BARATO PARA ELE E DEIXAR AS CONSEQUÊNCIAS PARA NÓS. DIZER NA APRESENTAÇÃO QUE A ÁREA NORTE DE ILHÉUS É DEGRADADA E QUE LÁ SÓ EXISTEM ALGUMAS CASAS DE VERANEIO DE ITABUNENSES, ALÉM DE POVOADOS NASCIDOS DO ÊXODO RURAL EM FUNÇÃO DA CRISE DO CACAU? O ESTUDO QUE ESTÁ SENDO FEITO HÁ DOIS ANOS, CUJO GRUPO SÓ FOI FORMADO OFICIALMENTE AGORA, CUSTOU R$25 MILHÕES DE REAIS?!?! É HORA DE MOSTRAREM TUDO COM TODO O RESPEITO QUE MERECEMOS. NÃO ESTOU NESTE MOMENTO FALANDO DE PARTIDARISMO. NÃO ME IMPORTA AGORA QUAL O PARTIDO DE QUEM. O QUE ME INTERESSA É QUE SOU UMA CIDADÃ E MORO NESTA CIDADE, PORTANTO, EXIJO O RESPEITO QUE MEREÇO.
É PROJETO DE NAÇÃO? TUDO BEM! FAÇA-SE O PORTO, MAS NÃO TENTEM NOS ENGANAR. QUEREMOS ACESSO ÀS INFORMAÇÕES, QUEREMOS SABER QUEM CONSEGUIU COMO RESULTADO DO ESTUDO, DIZER QUE AQUELA É UMA ÁREA DEGRADADA. E A CONTRA PARTIDA DO BIRD, QUANDO DA CONSTRUÇÃO DAQUELE TRECHO DA BA-001?
O SÃO MIGUEL QUE JÁ VEM SOFRENDO COM O AVANÇO DO MAR, AGORA FICARÁ TAMBÉM ENCOBERTO PELO PÓ DO FERRO?
AGUARDO UM EXCELENTE DESFECHO PARA ESTE ASSUNTO TÃO IMPORTANTE
Maria do Socorro Mendonça
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