27/03/2008

Idênticas diferenças



O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-SP), anunciou, durante um debate realizado na Rádio Eldorado, investimento de R$ 75 milhões no projeto de uma nova linha de metrô que deverá ligar as zonas norte e leste da cidade.

O investimento no Metrô foi anunciado num momento em que a prefeitura paulistana também planeja ampliação do bilhete único e um pacote de obras viárias que pretenderiam minimizar os altos índices de congestionamento no trânsito da capital paulista.

Mas não é só: os projetos de Kassab deverão receber cerca de R$ 1 bilhão do governo do Estado, por decisão do governador José Serra, que deverá apoiar o prefeito paulistano em seu projeto de se reeleger neste ano, até porque Kassab é a herança que o tucano nos legou no início de 2006, quando deixou o cargo para se candidatar ao Executivo paulista.

Peço ajuda aos leitores para que me expliquem qual é a diferença entre os gastos do governo federal no PAC, que toda grande imprensa disse "eleitoreiros", e os gastos do governo paulista com a capital do Estado num ano em que todas as cidades brasileiras elegerão novos governos.

Peço ajuda, porque posso estar ficando estúpido ou doido.

É que no dia em que escrevo isto conversei sobre o tema com um sujeito que freqüenta um barzinho onde costumo tomar meus cafezinhos vespertinos. Ele se diz "assessor" da prefeitura paulistana e diz que a diferença é que as obras de Kassab e Serra em ano eleitoral são "necessárias", mas as do PAC não. Segundo ele, são "eleitoreiras".

Perguntado sobre por que e sobre quais são as obras "eleitoreiras" do PAC, não soube mencionar nenhuma. São eleitoreiras e pronto. E muito menos soube me dizer por que é que essas verbas federais "eleitoreiras" estão sendo empregadas também em governos de adversários do governo federal.

Em vista do exposto, peço desculpas ao leitorado deste blog pela minha falta de inteligência, de compreensão dessa diferença que, para os políticos que governam a capital e o Estado de São Paulo, bem como para a grande mídia, é tão evidente.

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

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