31/03/2008

Em cartaz uma maquiavélica peça Hamlet - Amadiana


Ser ou não? “Esta é a questão”

Questionável ou não pelo menos um mérito este porto já tem, ele provocou na comunidade ilheense a ruptura do vivendes-letárgicos que estávamos condenados.

Dois ilheenses de boa cepa trocavam opiniões no café de Conceição a cerca do novo porto:

- Veja você nossa cidade outrora tava entregue ao reino das trevas do Valderiquismo, espécie de castigo pago por todos. Agora estamos vivendo no mundo celestial do progresso, uma espécie de mantra indiano.

- A sorte, é que existe uma forte influencia shakespeariana nesse texto o que faz dele uma obra bem melhor que as narrações de tragédias gregas que estavam em cartaz até o final o ano passado no palácio Paranaguá.

- Estamos todos entregues a cruel duvida existencial de ser ou não ser, a cidade toda esta em febre, ser ou não ser esta é a questão, ora é puro Shakespeare.

- Como se não bastasse a evidencia literária exposta pelo amigo diria também que existe outra. Afinal tendo o porto de Ilhéus como pano de fundo foi com esta trama que Jorge teceu sua Gabriela.

- É verdade já vejo a peça em cartaz fazendo um sucesso enorme, afinal, nada mais nada menos que o um hibrido de Shakespeare e Jorge.

- Quem sabe nasce assim o Shake-Amadonismo, um novo gênero da literatura universal.
- Mas sendo em Ilhéus tudo pode, ou seria nada pode? Nossa é tudo dilema, o vida cruel! Não era melhor continuarmos fazendo de conta que temos turismo e fabricamos computadores? Já esqueceram do cacau mesmo.

- No meu entender a complexidade da trama existe em um fator imperativo e bem literário. “Todos são a favor do porto”.

- Mas como assim todos? É Shake-Amadonismo ou Maquiavel?

- Ai esta a genialidade do produto hibrido, diferente dos personagens incorruptíveis de Shakespeare e da sagacidade original dos heróis de Jorge, o hibrido topa tudo se tem um portinho ai tamo dentro.

- Então é Maquiavel. To dizendo!

- Quem já leu a peça diz que entre os personagens predominam os tragicômicos, mas não faltam heróis de capa e espada as mocinhas desavisadas, muito menos canastrões de chapéu e bengala.
Dizem que no enredo da trama, o tema principal fica o tempo todo em subterfúgios e reentrâncias, nunca no centro do palco, nunca na boca do mocinho ou do vilão, neste texto é bom que se diga nem vilão tem!

- Como já disse é Maquiavel. Maquiavel derrotou Jorge e Shakespeare juntos. Não tenho mais duvida!


Gerson Marques

Este texto esta publicado também no blog: http://www.r2cpress.com.br/

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