12/03/2008

LULA FALA DE COCÔ E PIG SE ESTREBUCHA


Paulo Henrique Amorim

. “Eu sou filho de uma mulher que nasceu e morreu analfabeta, eu sou filho de uma mulher que morou em lugar que dava enchente de um metro e meio dentro de casa. Acordava à meia noite com rato, com barata, com fezes dentro do quarto. Era obrigado a me levantar e levantar os poucos móveis que tinha, não tinha nem geladeira e nem televisão.”

. “Quando eu era moleque, eu conto sempre, Sérgio (Cabral), eu saía da escola, numa rua chamada Silva Bueno, eu tinha uma vontade de comer uma macã, que era uma coisa de louco – e naquele tempo só tinha maçã argentina, que eram umas maçãs grandes – muitas vezes, eu passava com vontade de pegar uma e sair correndo. Eu nunca peguei, porque eu tinha vergonha de envergonhar a minha mãe.”

. Esses são trechos do discurso que o Presidente Lula fez sexta-feira, na favela de Manguinhos, segundo transcrição do Globo.

. O título da reportagem é: “Pobre tem direito de ir à Praia de Copacabana”, disse Lula.

. O PIG de São Paulo não reproduziu nada disso.

. O Estadão, por exemplo, neste mesmo dia, deu mais espaço à 429ª. escaramuça entre o MST e a Monsanto do que ao começo das obras do PAC em três favelas do Rio - Manguinhos, Alemão e Rocinha: R$ 1 bilhão.

. O PIG de São Paulo, pensando bem, teve uma boa idéia: já imaginou a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) abrir o Estadão, num sábado de manhã, durante o brunch, e ler que o Presidente do Brasil, eleito duas vezes por 61% a 39%, morava numa casa em que, em dia de chuva, a água subia um metro e meio e tinha cocô boiando ?

. Francamente, os leitores do Estadão e da Folha não merecem ser expostos a isso ...

. “Maria, liga pra portaria e vê se a Veja já chegou...”

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