10/05/2008

PAC do Cacau é a salvação da lavoura


A esperança dos produtores de cacau do sul da Bahia, que viram a economia da região entrar crise decorrente da vassoura de bruxa nos últimos 20 anos, foi revigorada com o lançamento do Plano de Desenvolvimento e de Diversificação Agrícola na Região Cacaueira. Lula e Wagner anunciaram as metas do plano, que vai beneficiar 25 mil agricultores da região e prevê investimentos de R$ 2,2 bilhões até 2016 para revitalizar a lavoura cacaueira.

“Vim à Bahia, uma terra extraordinária, para lançar o plano que vai salvar a indústria de cacau e incrementar a produção. Devemos lembrar que essa região já foi muito rica, mas empobreceu com o tempo. Nossa meta é devolver aos produtores a fé de que o cacau é um fruto rentável e valioso”, afirmou Lula.

O PAC do Cacau visa ainda incentivar a diversidade agrícola no sul do estado, estimulando o cultivo consorciado do cacau com outras culturas, como dendê e seringueira. Entre os objetivos, também está a renegociação da dívida dos produtores de cacau, mediante redução de encargos, descontos e prazo adicional para pagamento em até 17 anos, entre outras facilidades.

Para Wagner, a meta principal do plano é recolocar e manter Ilhéus e Itabuna na rota do desenvolvimento do estado. “Que, definitivamente, nós consigamos agora a recuperação da lavoura de cacau”. As novidades anunciadas animaram os cacauicultores da região.

Com o aporte de recursos, apoio tecnológico e crédito, estima-se que será possível implantar 150 mil hectares de cacau com clones (mudas de alto rendimento e resistentes à praga da vassoura-de-bruxa) e adensamento da lavoura (aumento do número de plantas por hectare).

Ninguém se lembrou das matérias mafiosas da revista Veja.

Alguém pagou á reportagem da revista Veja para jogar a responsabilidade da praga vassoura-de-bruxa nas costas de Geraldo Simões e o PT. Agora, o presidente do PT, o governador do PT e o secretário da Agricultura do PT anunciam a salvação da lavoura.

O país tem memória curta.

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Lula saiu de Ilhéus com a "alma lavada"


Foto Zé Nazal


No encerramento da cerimônia de lançamento do PAC do cacau, na Praça da Catedral, em Ilhéus, o presidente Lula afirmou que resolver o problema do cacau "era quase uma profissão de fé" para ele e para o governador Jaques Wagner.

O presidente afirmou, para uma praça tomada por produtores, trabalhadores e populares, que saía de Ilhéus com "a alma lavada".

Estaria Lula se lembrando do ataque da revista Veja ao PT e ao secretário da Agricultura Geraldo Simões? Pois é. Alguém pagou a revista Veja que editou duas matérias alopradas segundo as quais o PT seria o responsável pela introdução da praga vassoura-de-bruxa que dizimou a lavoura do cacau.

É. Lula, Wagner e Geraldo Simões estão de "alma lavada".

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Em Ilhéus, Dilma é recebida aos gritos de "presidente"


A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), recebeu acolhida calorosa no Nordeste. Foi saudada ontem em Ilhéus (BA) aos gritos de "Dilma, presidente". A ministra, subiu ao palco descontraída,acenando à multidão a cada menção ao seu nome.No quarto evento do dia na Bahia, já à noite, o mestre-de-cerimônias não chamou Dilma ao microfone, passando a palavra diretamente ao governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Lula protestou e o "engano" foi corrigido rapidamente.

Ela falou sobre o PAC e sobre o fato de, hoje, o Brasil não dever mais ao FMI. Acabou o discurso com um bordão eleitoral, ao falar que o Brasil tem muitas coisas, como petróleo, agricultura forte. "Mas tem uma riqueza que é a grande riqueza que faz a diferença. São vocês, é o povo brasileiro".

Lula voltou a elogiar o desempenho da ministra no depoimento ao Senado, na quarta. Segundo ele, a ministra "deu uma acalmada no pessoal", numa referência à oposição.

Uma informação da colunista Renata Lo Prete, chama antenção;Governistas que acompanharam Lula ontem em Salvador se surpreenderam ao identificar, logo nas primeiras fileiras da platéia, o ex-prefeito e ex-pefelista Antonio Imbassahy, candidato do PSDB na capital baiana. "Primeiro, o Agripino; agora, o Imbassahy", brincou um assessor presidencial. "Tá todo mundo aderindo!"

Fora do armário. Pouco depois, o próprio Lula saudou Imbassahy do palanque. Encerrado o evento, auxiliares lhe perguntaram o motivo de tamanha cortesia. "Ele tava escondidinho...", justificou o presidente em tom bem-humorado. Imbassahy, em tese, é o candidato do presidenciável José Serra em Salvador


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Implatado Programa Territorio da Cidadania na Bahia


MDA - Após realizar 43 plenárias, os quatro Territórios da Cidadania na Bahia assinaram, nesta sexta-feira (9) o pacto de implementação do Programa com os governos federal e estadual. A cerimonia de assinatura do Acordo de Cooperação Federativa, realizada em Salvador, contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. No evento, o ministro Guilherme Cassel destacou que o objetivo central do Territórios da Cidadania é superar a pobreza no meio rural. "O programa tem como princípio fundamental destinar recursos aos locais que mais precisam e fazer chegar ações de 19 ministérios nas regiões mais pobres do País", frisou. Cassel salientou que a Bahia é um estado pioneiro na tradição territorial. Ele citou os recursos que cada território irá dispor e enfatizou que o investimento de R$ 1 bilhão para a Bahia será totalmente executado em 2008. "Com isso, vamos construir um novo Brasil e um novo meio rural - mais justo e solidário - a partir do Territórios da Cidadania", ressaltou.

O pacto federativo foi assinado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, pelo governador da Bahia, Jacques Wagner, e pelos prefeitos de Nova Redenção, Ivan Alves Soares (pelo Território Chapada Diamantina), de Cansanção, Arivaldo de Souza Pereira (pelo Território do Sisal), de Buerarema, Orlando de Oliveira Filho (pelo Território Sul) e de Malhada, Anselmo Alves Boasorte (pelo Território Velho Chico).
Os Territórios da Cidadania baianos realizaram 43 plenárias, nas quais definiram prioridades nas mais diversas áreas. O Território Chapada Diamantina, que terá R$ 181,3 milhões em investimentos, irá realizar 57 ações. Entre elas estão o Programa Nacional de Crédito Fundiário, que irá beneficiar 745 novas famílias, e o crédito do Pronaf, que deve fechar 13,4 mil novos contratos. No Território do Sisal, 61 ações previstas receberão recursos da ordem R$ 238,4 milhões. O Programa Bolsa Família chegará a quase 83 mil novas famílias e a assistência técnica do MDA alcançará a 22,8 mil novas famílias de agricultores familiares.

Entre as 60 ações previstas no Território Sul, que receberá R$ 362,2 milhões, estão a concessão de Crédito-Instalação às Famílias Assentadas para 2.513 famílias e recursos de R$ 17,4 milhões provenientes do PAC/Urbanização de Favelas. O Território Velho Chico terá 77 ações, com R$ 220 milhões, e irá garantir esgotamento sanitário a 8,6 mil famílias e levará o programa Água para Todos a 21.155 famílias. Leia também: Governo conclui renegociação de dívidas da agricultura familiar Territórios vão ajudar na produção de alimentos Assentamentos de SP recebem mais 41 bibliotecas

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06/05/2008

BA: Expansão da criação de camarão é conflituosa


Amália Safatle

Canavieiras, Bahia. Fazendas de camarão obtêm licenças do Centro de Recursos Ambientais (CRA), órgão estadual de meio ambiente, sem a população ser informada dos impactos dos empreendimentos e sem a realização das audiências públicas previstas em lei. Em 2002, após mortandade de caranguejos e peixes, mais de 2 mil famílias de pescadores entram em risco alimentar. Pescadores, funcionários do Ibama e de ONGs sofrem ameaças de morte por se oporem à instalação das fazendas.

Acupe, distrito de Santo Amaro, Bahia. Pescadores denunciam que a fazenda da Bahia Pesca é um empreendimento do governo do Estado, mas destina investimentos em tecnologia para suprir empresas privadas que usam o local, ao mesmo tempo em que elas financiam as campanhas de prefeitos e vereadores.

Salinas da Margarida, Bahia. Em março de 2005, o pescador Paulo Marinho de Almeida é seqüestrado, torturado e executado. Seu corpo é encontrado dentro de um tanque de camarão da Valença Maricultura.

Caravelas, Bahia. Em outubro de 2005, vem a público um processo de licenciamento da maior fazenda de camarão do Brasil, a Cooperativa dos Criadores de Camarão do Extremo Sul da Bahia (Coopex), que seria implantada sobre manguezais e restingas preservadas do município. Pescadores, marisqueiras, ONGs, órgãos ambientais, movimentos culturais e pesquisadores de universidades protestam e impedem o licenciamento na Justiça.

Estes são exemplos de conflitos, crimes e irregularidas que, segundo a Rede MangueMar Bahia, foram cometidos no estado, devido à expansão da criação de camarão em cativeiro (carcinicultura). E fazem parte do Mapeamento dos Conflitos Socioambientais Relativos à Carcinicultura no Estado da Bahia, que acaba de ser divulgado em Salvador em um seminário promovido pela Superintendência de Recursos Hídricos, ligada à secretaria estadual de Meio Ambiente.

A Rede MangueMar Bahia nasceu da articulação entre comunidades, entidades de base, organizações não-governamentais, pesquisadores de universidades e movimentos sociais, interessados em dar visibilidade às situações de conflito socioambiental motivadas pelo aumento dessa atividade no litoral brasileiro, que se dá principalmente a partir da década de 1990.

Segundo a antropóloga Cecília Mello, colaboradora da rede, as fazendas de camarão implantadas em áreas de manguezal geram graves impactos ambientais, a começar da diminuição do estoque pesqueiro, além de desemprego e vulnerabilidade social para as populações extrativistas da zona costeira da Bahia. Ela afirma que a implantação de fazendas de camarão sobre áreas de preservação permanente e sobre territórios das populações tradicionais - como pescadores, indígenas e quilombolas - tem levado a crescentes violações nos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.

Ela explica que as fazendas apropriam-se de espaços antes utilizados pela pesca artesanal, canaliza do mangue um caldo rico em nutrientes para alimentar os camarões e devolve para o ambiente uma água poluída com antibióticos, substâncias químicas e restos de ração. Quando esgotado um determinado local, as fazendas passam a explorar outros.

- Por que essa atividade tem se expandido? Porque é um negócio muito lucrativo, pois se apropria de bens públicos, como o espaço e a riqueza dos mangues, e externaliza os custos (transfere o passivo ambiental e social ao público), diz Cecília.

A pesquisa, que conjugou a análise das informações produzidas pelos órgãos ambientais, pelo Ministério Público e por entidades de base, indica que as fazendas de camarão instaladas na Bahia tiveram sua implantação e expansão financiadas pelo BNDES e pelo Banco do Nordeste. O Banco do Nordeste afirma que liberou o financiamento com base em licenças concedidas pelo CRA.

O estudo tem foco nos seis municípios baianos mais impactados pela carcinicultura: Canavieiras, Salinas da Margarida, Acupe - Santo Amaro, Jandaíra, Valença e Caravelas. Mas o problema se mostra recorrente na costa brasileira. Segundo Cecília, no Ceará, por exemplo, somente 20% das fazendas de camarão têm licença ambiental - mostram dados obtidos pelo Ibama a pedido do Ministério Público.

A carcinicultura feita de forma insustentável é uma das principais, mas não única causa da degradação dos mangues. A ocupação imobiliária desordenada e a poluição industrial e residencial são outras. Como resultado, uma área chave para manter estoques pesqueiros - o chamado berçário da vida marinha - é colocado a perder, como se deliberadamente matasse a galinha dos ovos de ouro.

Proteger os manguezais e incentivar a pesca artesanal, na visão de Cecília, são formas de amortecer a desigualdade socioeconômica na zona costeira brasileira.

- No litoral, com a oferta de peixes, não há quem passe fome. É diferente de quem está no sertão nordestino, por exemplo.

Mas com a atividade insustentável praticada por grupos econômicos, isso a cada dia é colocado em risco. No seminário realizado em Salvador, as empresas não foram convidadas a participar. Segundo Cecília, o intuito do evento foi sensibilizar os órgãos públicos, para aumentar a vigilância sobre as atividades econômicas.

Mas peças ficam faltando nesse todo: o envolvimento do setor privado e do consumidor, que pode e deve exigir algum certificado de origem do camarão que compra.

Amália Safatle é jornalista e editora associada da Página 22, revista mensal sobre sustentabilidade, que tem como proposta interligar os fatos econômicos às questões sociais e ambientais.

Fale com Amália Safatle:
amalia_s@terra.com.br

Dilma desarma tática da oposição


Fez bem a ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Roussef ao declarar que irá a Comissão de Infra-estrutura do Senado para falar sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tema da convocação regimental dos senadores da oposição, mas que não deixará de responder, também, sobre outros assuntos, inclusive sobre os cartões corporativos.

Fulmina, assim, a tentativa dos senadores da oposição de "vender" ao público que ela estava constrangida ou temia ser perguntada sobre os cartões. Essa agenda fracassada da oposição e de parte da midia já foi devidamente desmascarada com a prova de que foi o senador tucano Álvaro Dias (PR) que vazou os dados para a revista Veja - depois, também outros veículos os publicaram - e de que ele e os meios de comunicação que os receberam, sabem muito bem quem lhes passou as informações do banco de dados da Casa Civil.

Sobre os cartões propriamente ditos, nunca é demais rememorar que foi o governo Lula quem colocou "ordem na casa", acabando com a conta B - amplamente usada no Governo FHC - criando o Portal da Transparência e possibilitando o acesso do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral (CGU) a todos os dados para controle e fiscalização.

Logo, o governo não tem o que temer, pelo contrário, tem o que comemorar. Desvios e mal uso do cartão podem e devem ser investigados e punidos. Cada um deve responder pelos gastos que fez, como bem já sentiram alguns ex-ministros de FHC, apanhados em gastos um tanto quanto extravagantes, para se dizer o mínimo.


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Brasil não reconhece autonomia de Santa Cruz


Categorias: Brasil - política externa

AFP
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse em entrevista exclusiva a este blog que o Brasil não reconhecerá, para efeitos de política externa, os departamentos (é como os bolivianos chamam os estados) que se declararem autônomos em relação ao governo de Evo Morales. “Nós não favorecemos nada que ameace a integridade territorial da Bolívia”, afirmou.


O ministro se referiu a pontos específicos do estatuto de autonomia votado ontem em Santa Cruz, que têm o potencial de criar "embaraço a um governo nacional", segundo Amorim.
O artigo 82 do estatuto prevê que "os controles aduaneiros" de Santa Cruz serão definidos por lei local. A função hoje é cumprida por funcionários do governo central. Santa Cruz é a porta de entrada das exportações brasileiras na Bolívia e porta de saída do gás natural importado pelo Brasil.


Blog Américas: O Brasil reconhece a autonomia de Santa Cruz?
Celso Amorim: Não, não, não.
Blog Américas: O Brasil insiste na unidade da Bolívia?
Celso Amorim: Claro que o Brasil respeita o que são decisões internas na Bolívia. E não somos nós que temos a competência de dizer como fazer, de que maneira fazer.
Agora, obviamente nós não favoreceremos nada que ameace a integridade territorial da Bolívia. E tanto quanto eu posso ver alguns dispositivos que tem nos estatutos - que talvez até eles estejam dispostos a negociar e mudar, espero que sim - são dispositivos que no mínimo causariam embaraço a um governo nacional.
Eu disse a eles, em Santa Cruz: como é que o Brasil no Mercosul está disposto a botar tarifa zero para todos os produtos bolivianos, como vou fazer isso se a aduana de Santa Cruz for diferente da aduana central? Impossível.
Blog Américas: Então esse é um ponto...
Celso Amorim: Estou dando um exemplo. Dito isso nós achamos que, sim, tem que haver um diálogo [entre governo e oposição] e chegar a uma conclusão. Não é que nós sejamos contra o princípio da autonomia, isso até já foi votado lá em outros referendos. A questão é de como se faz autonomia, quem convoca e de que maneira - e quais são os resultados práticos.

Blog Américas: Justiça para o Paraguai significa mexer no preço pago pela energia de Itaipu?
Celso Amorim: Olha, essas coisas a gente tem de conversar com os paraguaios. Vamos, no momento adequado, nos sentar, ver o conjunto de coisas. O preço se compõe de vários elementos, há várias coisas que podem ser estudadas.
O que nós não podemos mexer é na essência do tratado. O tratado prevê que a energia de Itaipu é para o Paraguai e para o Brasil. Isso é essencial. Itaipu foi feito com esse espírito e isso tem de ser mantido. Como remunerar é uma questão. Podem se criar fundos, que podem também servir para o desenvolvimento do Paraguai. É uma coisa que nós podemos ver com calma.
Justiça para o Paraguai? Nós achamos que isso é correto. Não é que o Brasil tenha exorbitado ou feito uma coisa propriamente injusta. O Brasil fez o que do ponto-de-vista empresarial, dos investimentos, estava correto. Só que isso não foi o suficiente para desenvolver o Paraguai.
De quem é a culpa? Não sei. Mas é do nosso interesse que o Paraguai se desenvolva, que o Paraguai seja estável.
Blog Américas: Quando é que a Venezuela entra no Mercosul?
Celso Amorim: Nós esperamos que logo, inclusive isso já está no Congresso há algum tempo, já passou nas comissões da Câmara, mas tem de ser votado ainda no plenário, nós temos a expectativa de que isso possa ocorrer em breve, acho que será bom para o Brasil, bom para a Venezuela, bom inclusive para a democracia no continente como um todo, até porque o Mercosul tem como um dos seus pilares a cláusula democrática.
Blog Américas: A atenção dada aos países pobres por parte do Brasil é por ideologia ou pragmatismo?
Celso Amorim: É pragmatismo. Agora, o pragmatismo não quer dizer que não tenha um elemento de solidariedade. Tem um elemento de solidariedade com países pobres, países que estão passado por situações que o Brasil já passou, países que têm conosco muita identidade. Agora, na maioria dos casos é do nosso total interesse.
Então é também pragmatismo. Que as coisas caminhem bem na Bolívia, que é o país de maior fronteira com o Brasil, que as coisas caminhem bem no Paraguai, que é um país que é sócio da maior fonte de hidroeletricidade do Brasil é do nosso interesse. Que as coisas caminhem bem na Guiana e no Suriname, para pegar um exemplo menos comum, que são nossos parceiros inclusive na Amazônia, área tão sensível para todos, é do nosso interesse. Às vezes é dificil separar a solidariedade do pragmatismo.

Fundo soberano sai até junho e deve ser usado no câmbio


Mantega diz que conquista do grau de investimento não é "uma maldição cambial" e descarta elevar de novo IOF para estrangeiro

Folha de S. Paulo - O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que o Brasil deverá ter um fundo soberano até o fim de junho. A Folha apurou que a intenção da Fazenda é acelerar a formação desse fundo, que daria ao Tesouro autorização para comprar dólares no mercado para, com isso, tentar conter a desvalorização da moeda estrangeira, sem depender da atuação do Banco Central.


Para permitir ao Tesouro atuar no mercado de câmbio com mais força, o governo teria que mudar a regra que limita a compra de dólares ao valor dos vencimentos da dívida em moeda estrangeira nos 12 meses seguintes. Essa mudança poderá ser feita no momento da criação do fundo soberano. Caso não consiga realizar as modificações legais, a operação do fundo cairia nas mãos do BC, abastecido pelas reservas internacionais. Hoje, as reservas do país somam US$ 195 bilhões.


Desde a conquista do grau de investimento, na semana passada, analistas demonstram preocupação com a queda do dólar, que poderá acelerar a piora do resultado da balança comercial e elevar o déficit nas contas externas. Em entrevista a agências internacionais, Mantega disse ontem que a conquista do grau de investimento não é "uma maldição cambial".


Ele negou, ainda, que o governo tenha a intenção de aumentar mais uma vez o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os investidores estrangeiros. Em março, o governo taxou os estrangeiros em 1,5% de IOF para investimentos em renda fixa no Brasil. "O grau de investimento não é uma panacéia nem tampouco a maldição cambial", disse o ministro à Reuters. "O governo não está neste momento estudando nenhuma medida de elevação do IOF." [...]


[...] "O fundo soberano é a maneira mais eficiente de usar o excesso de dólar que vem para o Brasil", disse Mantega em entrevista à Bloomberg, esquivando-se de comentar se o dinheiro para compor o fundo viria do Tesouro ou das reservas internacionais, administradas pelo BC. Segundo o ministro, esses recursos poderão ser usados para estimular as exportações e o comércio exterior. Seus auxiliares listam ainda a possibilidade de, com o fundo soberano, o Tesouro atuar contra a queda do dólar independentemente das decisões do BC.


A criação de fundos soberanos para aplicar as reservas internacionais é uma estratégia usada pela maioria dos países emergentes com reservas elevadas para conseguir maior retorno de capital. Alguns países, como a Rússia, fizeram fundos também com a receita da venda de petróleo. Desde o início da crise do "subprime" -créditos imobiliários de alto risco-, nos EUA, os países emergentes têm usados esses fundos para salvar instituições financeiras atingidas pela crise.


Leia a matéria completa no site do Folha de S. Paulo
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"Todos os dólares do mundo"

O Presidente Lula pregou uma "euforia comedida" com o grau de investimento conferido ao país semana passada pela agência de classificação de risco Standard & Poors, mas ironizou a preocupação com um possível maior ingresso de dólares no País. Em entrevista à TV Cultura, que foi ao ar ontem à noite, Lula disse que o Brasil esperou 50 anos para receber a entrada de dólares, graças a sua estabilidade econômica, e na hora em que ganha essa credibilidade surgem os temores.

"Primeiro, eu quero que entrem todos os dólares do mundo dentro do Brasil. Segundo, eu acho que nós temos que ter mecanismos para não misturar o dólar que entra para o setor produtivo... com o dólar que vem para a especulação", disse Lula.


O Presidente citou como exemplo de mecanismo de contenção do capital especulativo a taxação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para estrangeiros em 1,5%, introduzida em março. "Se for preciso, cria-se mais. O Conselho Monetário saberá o momento adequado para discutir isso.

04/05/2008

DEM perde força e pode virar partido nanico


Legenda tem apenas um governador e dois prefeitos de capitais

Adriana Vasconcelos, Luiza Damé e Chico de Gois - O Globo

BRASÍLIA. Pouco mais de um ano depois de ter trocado de nome com o objetivo de promover uma renovação de sua imagem e também de seus quadros, o Democratas (DEM) corre o risco de se transformar num partido nanico. Com apenas um governador eleito e dois prefeitos de capitais, a legenda pode encolher ainda mais nas eleições de outubro próximo, depois de passar cinco anos na oposição ao governo Lula. Para tentar fugir desse calvário, a ordem do partido é não nacionalizar o discurso e evitar, assim, cair na armadilha dos adversários que vão explorar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tão bem avaliado pelas pesquisas, como principal cabo eleitoral.

O DEM tem realizado seminários pelo país para ajudar os candidatos a organizar suas campanhas. Líderes do partido reconhecem as dificuldades, mas salientam que mais importante que quantidade é a qualidade dos quadros. A senadora Kátia Abreu (TO), uma das coordenadoras eleitorais do partido, afirma: — A questão municipal é muito diferente. Ninguém tem intenção de nacionalizar as eleições — diz.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), contesta as previsões sombrias.

— Quem aposta que vamos diminuir está incomodado com nossa atuação. O partido vai manter o tamanho que tem hoje, crescendo nos grandes centros e diminuindo nos municípios menores, onde a influência das políticas assistencialistas do governo federal é mais forte.

Maior aposta do partido é reeleição de Kassab em SP Atualmente o DEM tem 793 prefeitos, sendo apenas dois de capitais: Cesar Maia no Rio de Janeiro e Gilberto Kassab em São Paulo, que herdou a prefeitura depois que José Serra (PSDB) deixou o cargo para disputar e vencer o governo do estado.

Em alguns estados, como Alagoas e Roraima, o DEM tem apenas um prefeito. Cesar Maia foi reeleito e terá dificuldades para levar sua candidata, a deputada Solange Amaral, a um eventual segundo turno.

A grande aposta do partido é a reeleição de Kassab. Embora os democratas não tenham conseguido demover o ex-governador Geraldo Alckmin, do PSDB, de entrar na disputa, Kassab conta com o apoio do governador José Serra e conquistou na semana passada o apoio estratégico do PMDB paulista.

O deputado Paulo Bornhausen (SC), vice-presidente de comunicação do DEM e vice-líder na Câmara, afirma que o partido está mais interessado em qualidade que em quantidade.

— Nosso objetivo ao adotar uma postura de oposição permanente é chegar ao poder. Isso não se faz sem sacrifícios, que pode ser definhar num primeiro momento.

ACM colecionava imagens sacras roubadas de igrejas


A matéria da revista IstoÉ sobre "Os segredos do espólio de ACM" tem vários efeitos colaterais. Fala de um documento falso apresentado pelo empresário ACM Júnior para manter o controle da Rede Bahia, fala das pressões que um filho bastardo de ACM faz para receber parte da herança, mas, sobretudo, menciona as imagens sacras que foram roubadas de igrejas do interior da Bahia e que estão catalogadas pelo IPHAN.
Segundo a revista IstoÉ, pode ser verdade, pode não ser. O fato é que existem no apartamento várias imagens sacras e realmente houve um tempo em que era moda prefeitos do interior presentearem lideranças políticas com imagens retiradas de igrejas. Retiradas não, roubadas.


Os agentes federais que participaram da "invasão" judicial ao apartamento de D. Arlete viram lá várias imagens. Para a Polícia Federal não é difícil descobrir se o falecido senador mantinha ou não em sua coleção obras sacras roubadas. Basta comparar a listagem já feita pela Justiça com os catálogos do IPHAN e com as reclamações feitas pelos padres do interior da Bahia. Tudo isso está na revista IstoÉ.