12/07/2007

População confia mais na Polícia Federal do que na Justiça e nos juízes



Desde 2003, a Polícia Federal (PF) já realizou 357 grandes operações com a prisão de 6,2 mil pessoas, sendo pelo menos 945 servidores públicos acusados de corrupção. Essas atuações da PF no combate ao crime organizado parecem ter surtido efeito na opinião da população. Isso é o que indica a sondagem com 1015 pessoas realizada na capital federal por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) neste primeiro semestre de 2007. O estudo mostra que 66% dos entrevistados confiam no trabalho da PF, enquanto que 56% disseram não confiar na Justiça e 60% desconfiam dos juízes.


As operações da PF na investigação de verdadeiras quadrilhas que fraudavam e desviavam recursos públicos possivelmente foi um dos fatores que contribuíram para sustentar a imagem de um governo que, segundo os entrevistados, combate à corrupção, apesar de ser corrupto. De acordo com os pesquisadores, a PF e as Forças Armadas, que também têm 66% de confiança da população, são as duas únicas instituições que parecem estar imunes ao que vem sendo publicado pela imprensa. “A Polícia Federal não tem sido isenta de participação nos últimos casos de denúncia de corrupção, mas, pela percepção da população, a atuação insistente e eficiente da instituição eleva a confiança das pessoas”.


O professor do Instituto de Ciências Políticas da UnB e um dos coordenadores da sondagem, Robson Pereira, explica que o trabalho desenvolvido pela PF nos últimos dois anos foi, sem dúvida, um dos fatores que influenciou no bom resultado obtido pelo órgão. Segundo o professor, a novidade é que as pessoas já estão conseguindo discernir o trabalho da PF do da Justiça. “Elas estão percebendo que a PF tem atuação limitada de investigação e que não pode condenar os culpados, função esta que cabe à Justiça. Na parte que concerne à polícia, o cidadão percebe que está sendo feito um bom trabalho”, explica o professor.


Depois dos últimos episódios, a confiança atribuída à polícia não se estende aos juízes e ao Poder Judiciário em geral, cuja atuação não vem sendo vista com bons olhos pela população. Segundo a sondagem, apenas 39% dos entrevistados disseram confiar na Justiça e 34% nos juízes. Como se não bastasse isso, apenas 6% das pessoas atribuíram aos magistrados a função de combater a corrupção, enquanto que a PF foi a escolhida de 22% dos entrevistados, logo atrás do Ministério Público (24%) e da própria sociedade civil (26%). “A capacidade do cidadão de perceber até onde vai o trabalho de cada instituição é muito satisfatória, pois lhe confere ferramentas para cobrar uma atuação mais efetiva de cada uma delas, como no caso do Judiciário”, afirma Pereira.


O diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Getúlio Bezerra Santos, acredita que os bons trabalhos desenvolvidos pela instituição são resultados de uma somatória de mudanças que vão desde a reabertura da academia até a alteração da estrutura do órgão. “Tudo isso resulta em uma convergência saudável. Estamos em um caminho sem retorno, subindo o elevador. Esse reconhecimento da população nos deixa lisonjeados”, afirma o diretor.


Segundo ele, a responsabilidade de acerto nas investigações aumentou, já que a grande manchete agora é o erro. “A PF, que está mais madura e mais profissional, está trabalhando com bastante dedicação e qualidade para não cometer nenhum engano, pois como os trabalhos estão em pauta, qualquer coisa errada dá notícia”, diz.


Já o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Walter Nunes Júnior, acredita que as informações de como se dão as grandes operações da Polícia Federal não são 100% esclarecedoras. “Essas investigações da PF têm autorização judicial de juízes federais. As buscas e apreensões, as interceptações telefônicas e as prisões realizadas pelo órgão sempre são autorizadas pelo Poder Judiciário. No entanto, infelizmente, a imagem que é passada para a sociedade é de que a polícia manda prender e a justiça manda soltar, como se ela não participasse de todo o processo”, afirma o presidente.


Segundo ele, a mídia enaltece a PF, que tem o monopólio da imagem no meio, saindo-se como ágil, enquanto que o Judiciário é caracterizado como lento. “A divulgação dos trabalhos da polícia deveria ser mais transparente. Essas grandes investigações, por exemplo, sempre respaldadas por autorizações dos juízes federais, levam meses e até anos para serem concretizadas”, diz. Walter Nunes também atribui a culpa da falta de credibilidade do Judiciário perante a população ao próprio poder. De acordo com ele, as assessorias da justiça deveriam divulgar mais as ações realizadas, mostrando assim uma imagem positiva à sociedade.


“Os juízes não estão fazendo distinção nem corporativismo. Não há seleção de investigações. Prova disso são as prisões de juízes”, explica, lembrando que essas prisões arranham a imagem do judiciário, principalmente quando há demora nas punições.


Leandro KleberDo Contas Abertas


http://contasabertas.uol.com.br/asp/

Pensamento de Milton Santos chega às telas do cinema


Por André Gardini


Milton Santos, um dos mais importantes pensadores sobre o território brasileiro, teve uma parte de sua obra transformada em documentário pelo diretor de cinema Silvio Tendler. “Encontro com Milton Santos, ou o mundo global visto do lado de cá”, merece mérito pela preciosidade do registro, o último antes da morte de Milton, em 2001. Mas não apenas por isso. Para Tendler, o documentário traz a discussão sobre um mundo do ponto de vista dos pobres que procuram alternativas para o mundo como ele é hoje.

O documentário de 89 minutos, vencedor na categoria Júri Popular no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2006, será lançado no dia 17 de agosto em cinco capitais do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Porto Alegre. Para Milton Santos, essas cinco capitais fazem parte da Região Concentrada, que abrange os estados da região Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo), os estados da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e dois estados do Centro-oeste (Mato Grosso do Sul e Goiás), tendo como pólo as metrópoles de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa região se caracteriza pela modernização generalizada, onde os acréscimos de ciência e tecnologia se verificam de modo contínuo, pela intensa circulação interna e acentuada divisão territorial do trabalho. A nova proposta de regionalização para o território brasileiro de Milton Santos está no livro “O Brasil: território e sociedade no inicio do século XXI”, escrito juntamente com Maria Laura Silveira, professora de geografia da USP.


Tendler conta que a entrevista com o professor Milton Santos foi o ponto de partida e também sua principal referência. O documentário expõe um pensamento acerca da globalização e discute as distorções impostas aos países pobres que pagam injustamente pelo crescimento da economia dos países ricos e as conseqüências provenientes dessa lógica do capital, que amplia as diferenças ao invés de redistribuir as riquezas. “O lado de cá são os países do sul, explica o diretor. “Na verdade, para Milton a globalização tem características dos regimes totalitários como o nazismo e facismo, por isso ele a chamava de globaritalismo, que se refere a esse processo imposto pelas grandes empresas à humanidade”, explica Tendler, e completa, “Milton Santos é um dos pensadores oriundo do mundo do sul que pensou esse processo de globalização de um ponto de vista dos pobres”.


O documentário traz um pensamento pessimista do presente, mas uma visão otimista quando tenta mostrar as possibilidades de um novo mundo, também sinalizado pelo professor Milton Santos, onde a união entre as “novas técnicas” e “os de baixo” podem fazer um futuro mais distinto para a humanidade. Milton Santos é um intelectual que, por suas idéias e práticas, inspira o debate sobre a sociedade brasileira e a importância que a categoria território tem na construção desse novo mundo.


De acordo com informações da Agência Senado, onde o documentário foi lançado no último dia (19), no auditório Petrônio Portela do Senado Federal, no filme Milton Santos explica que a informação é o coração da globalização. É através dos sistemas de comunicação que as grandes empresas estabelecem atualmente os seus domínios. Mas é também através da comunicação que pode se dar a mudança rumo a um futuro mais humano. As novas tecnologias de informática-eletrônica, apropriadas, cada vez mais, por pequenos grupos, podem trazer à luz fatos antes conhecidos, e até mesmo desconhecidos pela maior parte das pessoas, sob um novo olhar, um novo ponto de vista.


O conceito de espaço e abordagem inovadora


A obra de Milton Santos traz uma nova proposta sobre o conceito de espaço. O território usado, que é sinônimo de Espaço Geográfico, deve ser estudado sobre a ótica das novas tecnologias, dos agentes hegemônicos e dos hegemonizados, da crescente fluidez que acelera os fluxos das grandes empresas ao mesmo tempo em que nega essa possibilidade para os homens mais pobres, que ele chamou de “os homens lentos”. Nessa abordagem o território adquire novas características para se tornar um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.

De acordo com Milton, as velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá estar dentro do próprio centro. Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico. Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.

O que une o músico Bono Vox, o cineasta George Lucas, uma organização chamada Otpor e a CIA?



A resposta para a pergunta chama-se "Mercenários 2", um vídeogame que simula a invasão da Venezuela e o controle de suas reservas petrolíferas. Os cenários do jogo incluem ruas e edifícios reais de Caracas, como a sede da companhia petrolífera nacional e imagens verdadeiras de satélite.A produtora de "Mercenários 2" é uma das empresas do cineasta norte-americano George Lucas, a Pandemic Bioware Studios , que já havia produzido por US$ 5 milhões um jogo de treino com cenários de combate urbano para os soldados do Exército dos EUA.A Pandemic é financiada em US$ 300 milhões pela Elevation Partners, empresa que tem como sócio Bono Vox, o pacifista e caridoso vocalista dos U2.


A ONG Rede de Solidariedade com Venezuela nos Estados Unidos escreveu para Bono solicitando sua intervenção para deter a venda do jogo, mas ao que parece não obteve sucesso algum no pleito.O anuncio do jogo gerou protestos do governo da Venezuela em 2006 e obrigou Pandemic a publicar um esclarecimento negado que tenha sido contratada por qualquer agência do Governo dos EUA para desenvolver o jogo, contudo "uma estranha coincidência" descoberta no início deste mês de julho de 2007 parece desmentir a Pandemic: a presença do logotipo da organização servia Otpor no trailer de divulgação do filme.


A Otpor ("Resistência") foi uma organização criada em 1998 na antiga Iugoslávia que desenvolveu uma intensa campanha para derrubar o lider sérvio Slobodan Milósevic. Descobriu-se posteriormente que os líderes da OTPOR não só se reuniram com militares e especialistas norte-americanos, mas também receberam mais de US$ 3 milhões entre 1998 e 2000, de organizações de fachada da CIA, tais como a USAID e NED.


Os membros da Otpor foram inspiração e prestaram assessoria para muitas organizações financiadas pelos EUA com objetivo de derrubar governos: Kmara na Georgia, Pora na Ucrânia, Zubr na Bielorrusia, MJAFT! na Albânia, Oborona na Rússia, KelKel no Quirquistão, Bolga no Uzbequistão, Pulse of Freedom no Líbano, Gong na Croácia e Súmate e Resistencia Estudiantil na Venezuela.As revelações sobre as relações da Otpor com os EUA minaram a popularidade da organização. Em 2003 ela transformou-se num partido político, mas as denúncias levaram com que a Otpor caísse em descrédito e obtivesse apenas apenas 1,6% dos votos nas eleições daquele ano.


"Mercenários 2" é um jogo que se encaixa como uma luva na estratégia norte-americana de guerra psicológica contra a venezuela e parece querer criar entre os adolescentes um ambiente propício para uma futura invasão do país. Segundo a deputada venezuelana Gabriela Ramirez o jogo "envia uma mensagem aos americanos: há um perigo próximo, na América Latina, e é preciso fazer algo. Isso seria uma justificativa para uma agressão imperialista"


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Show de Xangai emociona o TMI


Quem esperava se emocionar com o show de Xangai, que aconteceu no último domingo, 8, no Teatro Municipal de Ilhéus, foi surpreendido. Além de muita emoção, o cantor também mostrou seu lado descontraído e divertido. Um show intimista, um violeiro caloroso e uma platéia animada: a excelente mistura que garantiu o sucesso de mais um evento em prol da revitalização da Casa dos Artistas de Ilhéus.


O show começou às 20h05min, com a banda Improviso Nordestino, e só foi encerrado às 22h40min, depois de muita música de qualidade, ao som da viola de um dos maiores compositores e intérpretes da música sertaneja de raiz. Nessas quase três horas de show, Xangai apresentou seus grandes sucessos, como: “Ai d’eu Sodade”, “Meu Cariri”, “Canção Primeira”, “Desafio”, “Nóis é Jeca, mas é Jóia”, “Rei do Sertão” e “Violeiro”. O ponto alto da animação da platéia foi quando o cantor embalou os trechos de suas conhecidas canções: “Se farinha fosse americana, mandioca importada, banquete de bacana era farinhada” e “Aruera é pau pesado, nué minha véa cai e machuca meu pé e ai d'eu sodade”?


Xangai veio a Ilhéus para dar seu apoio à campanha Viva Casa dos Artistas, lançada no mês de junho e apadrinhada pelo cantor Nando Reis. O violeiro doou seu cachê para as obras de melhoria na estrutura física da Casa dos Artistas, que se encontra em estado precário. “A Casa dos Arteiros, dos Artistas, está precisando do envolvimento da comunidade, porque a comunidade tem seus arteiros, como eu... então é preciso revitalizar a Casa dos Artistas para que os arteiros da vida continuem seu trabalho”, declarou o cantor.


Para o diretor da Casa dos Artistas de Ilhéus, Romualdo Lisboa, “a vinda de Xangai a Ilhéus, a sua aceitação à nossa causa, vem brindar uma campanha que já é vitoriosa”. Ele considera Xangai como um dos maiores representantes da cultura popular brasileira e “sua estadia na Casa dos Artistas, a casa da cultura popular, é para nós uma celebração”, disse.


Romualdo Lisboa aproveitou para agradecer também ao apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus (CDL), que fechou uma parceria com a Casa dos Artistas. A partir de agora, todos os associados da entidade, terão a possibilidade de contribuir com a campanha de revitalização desse importante espaço cultural, através de uma quantia fixada em R$ 3,00 no boleto de mensalidade. A taxa é opcional para os comerciantes, mas o diretor da Casa dos Artistas acredita na sensibilidade e consciência do empresariado local. “Cada um tem em suas mãos o poder de contribuir para a difusão da cultura em nossa região, então por que não nos juntarmos por esta causa?”, indaga.


Viva Casa dos Artistas


Romualdo conta que a campanha está caminhando e algumas conquistas já foram asseguradas, como a compra das telhas e a mão-de-obra para trocá-las. “No entanto, ainda faltam as madeiras, e estamos buscando essa parceria”, disse. O diretor espera também conseguir atingir com maior intensidade o empresariado local, seja através de doações, parcerias ou contratação de produtos culturais oferecidos pela Casa.


A campanha está aberta à participação de todos aqueles que reconhecem a importância em apoiar e incentivar a prática da cultura na região. Romualdo Lisboa explica que o apoio pode ser através da compra de ingressos para os shows e eventos realizados pela Casa, ou se tornando um Amigo da Casa, que é aquele que faz doações em dinheiro ou materiais para recuperação do espaço, ou ainda, contrata os produtos culturais oferecidos, como: esquetes teatrais, espetáculos, oficinas, recreação artística para crianças e adolescentes, dentre outros.


Os Amigos da Casa, além de apoiarem esta importante causa, ainda têm direito a uma cota mensal de ingressos para assistir aos espetáculos, suas marcas expostas no banner permanente na frente da casa bem como uma placa explicativa no interior do imóvel que será afixada após a recuperação. As doações em dinheiro podem ser feitas na conta do Teatro Popular de Ilhéus (Banco Itaú, Ag. 0291, Conta: 28022-0), e outras formas de apoio podem ser conversadas diretamente na casa, situada no Quarteirão Jorge Amado, ou pelo telefone: 3634-5818.

O terrorismo do apagão


O artigo abaixo esta disponível no blog do Luis Nassif (http://luisnassif.blig.ig.com.br/) ajuda colocar luz em um ambiente de penumbra na mídia brasileira que sempre anuncia o próximo e eminente apagão elétrico. Ronaldo Bicalho contribui com este artigo para desfazer os mitos irresponsáveis criados pela mídia golpista.

Enviado por Ronaldo Bicalho Grupo de Economia da Energia - IE/UFRJ


Prezado Nassif,


O anúncio da liberação do licenciamento prévio das duas usinas hidrelétrica do rio Madeira tem uma série de conseqüências relevantes que devem ser analisadas. Contudo, uma, em particular, me parece relevante, face à sua importância para o debate transparente e democrático das opções estratégicas do país no campo energético. Trata-se da maneira irresponsável, que beira a leviandade, com que é tratada a ameaça de um novo apagão no país. O dia de ontem começou com o anúncio, em um diário de grande circulação, de um apagão ameaçador, e terminou com o anúncio da liberação das usinas. Assim, os mesmos que diziam pela manhã que a vaca ia para o brejo, à noite afirmavam que agora não ia mais. E o pobre do cidadão que se vire no meio desse imbróglio.


(...) A possibilidade de ocorrência de uma situação de desequilíbrio entre oferta e demanda de eletricidade depende de um conjunto nada trivial de eventos, que vai de quanto a economia brasileira vai crescer nos próximos anos até as possibilidades reais de entrada em operação das plantas geradoras movidas a energias renováveis do PROINFA, passando pelo regime de chuvas, pela disponibilidade de gás, pelo licenciamento ambiental, etc. Para ficar apenas nos mais óbvios.


(...) O importante é discutir o que as sustenta, de forma a aclarar o debate, tornando-o mais honesto e transparente. Trocando em miúdos, são feitas previsões bombásticas pela imprensa que não se realizam, e nada é dito depois sobre as razões pelas quais elas não se realizaram. Por outro lado, configurações bastante favoráveis, que contribuem inesperadamente para evitar situações mais graves, são apresentadas como corriqueiras e naturais, de forma a sancionar determinadas políticas.

(...) O objetivo central da política energética é garantir o suprimento de energia. Para que isto seja alcançado é preciso construir um aparato institucional que possa sustentar um conjunto de ações e decisões que viabilize a sua consignação. A pergunta fundamental hoje no Brasil é: as instituições brasileiras associadas ao setor elétrico são capazes de conceber e implementar as decisões necessárias a garantir o suprimento de eletricidade nos próximos anos?


O essencial da questão aqui é que instituições fracas podem ser incapazes de lidar com um risco de déficit de 5%, ao passo que instituições fortes podem construir saídas para um déficit de 20%. Em outras palavras, um motorista ruim pode capotar a 10 km por hora, enquanto um bom motorista pode fazer uma curva a 100 km por hora.


A traumática experiência brasileira com o racionamento de 2001 gerou uma mudança institucional que buscou fortalecer a capacidade de coordenação das nossas instituições. Nesse movimento surgiram desde a obrigatoriedade da contratação centralizada da demanda das distribuidoras, via leilão, até a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), passando pela criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Somando-se a isso, a manutenção do Operador Nacional do Sistema (ONS), da Agência Reguladora de Energia Elétrica (ANEEL) e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tem-se uma configuração institucional que, a princípio, apresenta condições melhores de fazer face aos desafios da coordenação setorial do que a que estava presente no período que antecedeu a crise de 2001.


Se considerarmos que a relação com as empresas estatais envolvidas com o setor, em termos de mobilização de recursos para evitar o pior, hoje é menos contraditória do que era na década anterior, pode-se afirmar que quando se contempla a capacidade de coordenação e mobilização de ações, decisões e recursos para garantir o suprimento de energia elétrica, constata-se que o quadro atual é melhor do que já foi. No entanto, isto não significa que os problemas acabaram, mas, simplesmente, que hoje eles estão colocados em outros termos.


A clareza sobre essa transformação essencial do setor elétrico brasileiro é fundamental para se evitar dois equívocos que geram lamentáveis conseqüências. De um lado, encontram-se aqueles que pensam que nada mudou, e seguem com os mesmos diagnósticos e prescrições, baseados na certeza do fracasso; de outro, acham-se aqueles que pensam que a simples mudança já traz embutida a solução, gerando uma perigosa imobilidade, baseada na certeza do sucesso. Desse modo, chega-se a duas conclusões simplórias: faltará energia porque este Governo é ruim, ou não faltará energia porque este Governo é bom.


Nesse sentido, o dia de ontem sintetizou esses equívocos corriqueiros no trato com os desafios atuais do setor elétrico brasileiro, que, de fato, produzem mais confusão e calor, do que entendimento e, literalmente, luz.


O que importa é que, no setor elétrico, nós estamos em um jogo que está sendo jogado; se vamos ganhar ou não é cedo para dizer. O importante aqui é estar jogando; e a liberação do licenciamento significa que estamos jogando. Portanto, vamos prestar atenção no jogo e nos jogadores, e não ficar fazendo profissão de fé nesse ou naquele time. Enfim, o jogo é jogado e o lambari pescado. O resto é conversa pra boi dormir e para rolar uma especulaçãozinha básica no preço da energia elétrica, porque afinal ninguém é de ferro.



11/07/2007

Guerra no Carandiru: Mãos de Pacas X Os Três Mosqueteiros


Os mãos de paca contra os três mosqueteiros, estes são os nomes das duas quadrilhas que brigam neste momento pelo controle do Carandiru.

A briga é publica e hostil, os primeiros acusam os segundos de serem ladrões e de terem roubado de forma acintosa e generalizada, os três mosqueteiros acusa os mãos de paca de querer tomar o pedaço deles na partilha do roubo.

Como juiz da pendenga o alcaide, aquele mesmo que incentiva seus assessores a roubarem enquanto é tempo.

Como os órgãos que deveriam fiscalizar, coibir e punir as ações das quadrilhas são coniventes, alguns destes órgãos tem inclusive lado ou é mosquiteiro ou é paca, a realidade vai virando ficção.

A noticia acima poderia ter sido escrita em qualquer jornal de São Paulo há dez anos atrás, antes do ex-governador Mario Covas acabar com o famigerado presídio do Carandiru, temática que mais tarde foi cenário de um dos mais premiados filmes do novo cinema brasileiro.

Infelizmente o Carandiru citado acima não é o paulista e as quadrilhas dos três mosqueteiros e dos mãos de pacas são muito mais profissionais que qualquer PCC paulista meros traficantes de drogas e seqüestradores. As quadrilhas que dominam hoje o novo Carandiru são especializadas e roubar dinheiro publico em desvios de verbas da saúde e da educação, em licitações marcadas e contratos irregulares, coisas que rendem milhões.

A vida imita a arte e cada lugar tem o Carandiru que merece o nosso não tem PCC tem pacas e mosquiteiros.

Audiência da Globo na Grande SP cai 30% em um ano


da Folha Online

A TV Globo perdeu neste ano quase 30% da audiência que tinha em 2006, afirma hoje a coluna "Outro Canal" de Daniel Castro, da Folha de S. Paulo (conteúdo exclusivo para assinantes).


No mês de junho deste ano, a emissora marcou média de 18,5 pontos (cada ponto equivale a 54 mil domicílios, ou 176 mil pessoas, na Grande São Paulo), das 7h às 0h. No mesmo período e horário do ano passado a média foi de 25,7 pontos no Ibope.De acordo com o colunista da Folha, a Copa do Mundo transmitida exclusivamente pela Globo ajudou a alavancar os números no ano passado. Ainda assim, a emissora apresenta queda de 2,6 pontos se comparar os números do mês de junho de 2005.A emissora que já foi hegemônica, hoje tem 42% de participação do "bolo" da audiência. Isso quer dizer que a maioria das pessoas não assiste apenas a Globo.A Record é a vice-líder e fechou o mês passado com 7,4 pontos. Na terceira colocação está o SBT, com média de 7,1 em junho deste ano.


http://www.grupobeatrice.blogspot.com/

TRIBUNAL DE CONTAS APONTA MAIS DE MIL IRREGULARIDADES EM GOVERNOS DO PSDB


O deputado estadual em São Paulo Mário Reali (PT) disse em entrevista ao Conversa Afiada que existe irregularidades em mais de mil procedimentos de contratos dos governos do PSDB em São Paulo (aguarde o áudio). Segundo Reali, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou, ao todo, 1432 irregularidades em contratos dos governos do PSDB, desde 1998. Reali, que é membro da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo, disse que os problemas nos contratos dos governos do PSDB vão além dos contratos da CDHU. “Diversos (problemas) são da CDHU em relação a contratos tanto de auto-construção como por empreitada integral, quer dizer, não é só o problema que nós estamos vendo aí nas denúncias da Folha e do Estadão”, disse Reali.

O deputado Mário Reali afirma que a oposição tenta instaurar uma CPI para investigar as irregularidades nos contratos da CDHU. Segundo ele, os deputados favoráveis à CPI enfrentam dificuldades, pois o governo do Estado tenta impedir a instauração da Comissão. “O problema é que na verdade a Assembléia teria um prazo para analisar as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas e até sustar os contratos só que, com essa demora os contratos acabam sendo executados integralmente e o problema passa a ser depois da obra entregue com preço superfaturado”, disse Reali. Leia a íntegra da entrevista com o deputado Mário Reali: Conversa Afiada – Eu vou conversar com o deputado Mário Reali, deputado estadual em São Paulo, deputado do PT.

Deputado Mário Reali, tudo bem?
Mário Reali – É um prazer falar com vocês do Conversa Afiada.
Conversa Afiada – Deputado, o prazer é nosso. Eu quero abordar com o senhor essa questão que envolve a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, a CHDU, em São Paulo, e as suspeitas de corrupção relacionada a essa companhia. Saiu na imprensa no final de semana que o Ministério Público de São Paulo fez um pedido na Justiça pra que os governos do PSDB devolvessem aos cofres públicos pelo menos R$ 1,1 bilhão referente a essa questão. Como é que os deputados na Assembléia recebem isso e como é que isso pode ser encaminhado daqui pra frente, deputado?
Mário Reali – Primeiro, nós temos um pedido de CPI protocolado e estamos com muita dificuldade pra implantação, pra instauração da CPI. São 15 os pedidos. Os pedidos da CPI da CDHU é o 15º e até hoje, esse mandato que tomamos posse no dia 15 de março, até hoje nenhum pedido de CPI foi instaurado. Então, estamos com muita dificuldade de investigar no sentido da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito específico pra esse fim. Mas de toda a maneira, nós estamos investigando principalmente pela comissão de finanças, são vários os contratos que foram encontrados, contratos irregulares. Hoje nós temos aqui na pauta em torno de 1.432 procedimentos que o Tribunal de Contas do Estado encontrou irregularidades e desses, diversos são do CDHU. E são contratos tanto de autoconstrução, de empreitada integral, quer dizer, não é só o problema que nós estamos vendo aí das denúncias da Folha e do Estadão, né, que são basicamente nesses contratos de autoconstrução, onde há um convênio com as prefeituras, um repasse do recurso, inclusive toda a parte do acompanhamento técnico e dos procedimentos de montagem do edital, do processo licitatório e dos processos depois de execução orçamentária e de acompanhamento das medições são feitas inclusive por uma gerenciadora, que é a LBR Tejofran e que parece que faz parte desse esquema de facilitar pra que determinadas construtoras que já tenham os mecanismos de superfaturamento.
Conversa Afiada – Deputado, eu só queria voltar num ponto que o senhor citou e eu achei importante. Quantos contratos que o Tribunal de Contas considerou irregular.
Mário Reali – Hoje, que estão na pauta, são 1.432 procedimentos irregulares. O maior problema é que, na verdade, a Assembléia teria um prazo pra analisar os contratos pelo Tribunal de Contas e até sustar os contratos. Ou seja, tem contratos que estão em andamento que poderiam ter sido interrompidos e o dinheiro público poderia não ter sido mal utilizado como foi nem desviado. Só que com essa demora, os contratos acabam sendo executados integralmente e o problema passa a ser depois de a obra inclusive entregue com preço superfaturado. E há inclusive, houve durante alguns momentos aqui da Comissão de Finanças, mudança do parecer da irregularidade do tribunal pra que fosse considerado regular até servindo pra defesa da própria empresa.

Conversa Afiada – E esses contratos dizem respeito a que período, deputado?

Mário Reali – Olha, tem contratos de 1998. Mas são várias as irregularidades apontadas e apenas em 2005, a partir do momento que o deputado Ênio Tatto assumiu a presidência por três meses, é que nós identificamos aqui algo em torno de 760 processos em armários aqui dentro da Assembléia, na sala da Comissão de Finanças, e aí começamos a pautar esse processo pra que desse andamento ao processo de investigação

Um teste para o Congresso


Se o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não presidir a sessão desta noite do Congresso Nacional, na qual deverá ser votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2008, na prática ele não será mais presidente do Senado da República.


Um presidente que não preside, apenas aparece em sessões solenes e outros eventos em que nenhum assunto relevante é decidido, não pode mesmo ser chamado de presidente. Calheiros já perdeu as condições políticas para comandar a Casa Alta do legislativo brasileiro e parece interessado agora em sair do cargo com o maior capital político possível, daí as recentes e constantes ameaças aos colegas.


Cada um sabe o que é melhor para si, mas o risco de Renan sair menor do que calcula permanecendo no cargo não é pequeno. O tempo vai dizer quem tem razão, ele ou seus críticos (e parte dos aliados que o aconselham).Do ponto de vista do Congresso, a sessão de hoje será um marco. Alguém vai dizer, ainda que Calheiros não esteja presente, poucas e boas para o presidente do Senado. Mais importante do que os discursos em si é observar a reação dos congressistas. Severino Cavalcanti na prática caiu no dia em que Fernando Gabeira, embora só tenha renunciado um bom tempo depois. Para quem deseja ver o circo pegando fogo, basta ligar nas TVs Câmara ou Senado às 19h30. Com Renan ou sem Renan, a emoção está garantida. Parecido com isto, só os jogos do Brasil com o Doni no gol...

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10/07/2007

O Socialismo vem de bicicleta?


Dois artigos interessantes, um no Le Monde, outro no New York Times, apontam novas configurações da esquerda na França e nos EUA.


Nas presidenciais francesas, a maioria dos jovens votou em Ségolène Royal. Se, por hipótese, os eleitores maiores de 65 anos não votassem, ela teria sido eleita. Além do mais, houve confirmação do fenômeno constatado em Paris nos últimos anos: as grandes cidades passaram a votar nos candidatos de esquerda.

Bordeaux, Lyon, Caen, Toulouse e Strasbourg, correspondem a este perfil. Há uma expressão – bourgeois bohème (“bôbô”) – cunhada pelo jornalista americano David Brooks, caracterizando o modo de vida e a categoria de eleitores de esquerda formada por profissionais bem remunerados, intelectualizados, adeptos de culturas alternativas e morando nos velhos quarteirões reabilitados das grandes cidades. Gente mais aberta à cultura dos imigrantes, à mistura social e à vizinhança de artesãos, mercearias e botequins. Paris inaugurou a tendência do sufrágio "bôbô" com a eleição à prefeitura do socialista Bertrand Delanoë, gay assumido, em 2001. A última iniciativa meio “bôbô” de Delanoë será inaugurada dia 15. Mais de 10.000 bicicletas distribuídas em 750 estacionamentos espalhados pela cidade poderão ser utilizadas quase de graça pelos parisienses.


Nos EUA, uma sondagem recente mostra uma repolitização e uma virada à esquerda dos jovens entre 18 e 29 anos. Reagan (1984) e Bush (1988) foram eleitos com a maioria do voto dos jovens que, atualmente, puxam o carro para ir votar nos democratas. Hillary Clinton e, sobretudo, Barack Obama são os candidatos preferidos pelos jovens eleitores.


Lenine dizia que o socialismo compunha-se dos soviets e da eletricidade. O socialismo urbano do século XXI será a soma do notebook e das bicicletas? Não é assim tão simples. A sondagem do NYT, bastante completa, mostra opções políticas e sociais precisas que levam os eleitores jovens americanos mais para a esquerda. Na França, as coisas estão mais fluidas e tornam complexo o debate ideológico e partidário que se impõe a um Partido Socialista bestificado por uma série de derrotas eleitorais.

Ambientalista morto a tiros em Salvador




de O Globo


O ambientalista Antônio Conceição Reis, de 44 anos, conhecido como Antônio Come Lenha, foi morto a tiros por volta das 7h30 desta segunda-feira em Salvador. Ele estava em frente de casa, na rua Guararapi, no bairro de Itapuã, quando quatro homens dispararam vários tiros.



O corpo do ambientalista foi levado pelos criminosos no porta-malas de um veículo. Segundo a esposa dele, Eliene Conceição, ninguém soube identificar os autores dos disparos. Antônio era presidente do Grupo Ecológico Nativos de Itapuã. A polícia está investigando o caso.

Seleção de 70 é eleita o melhor time de todos os tempos

do Estadão

Inesquecível para muitos, a seleção brasileira de 1970 foi escolhida como sendo o melhor time de todos os tempos, de acordo com uma enquete mundial conduzida pela revista World Soccer magazine, e divulgada nesta segunda-feira.

De acordo com a revista, “o time brasileiro, que ganhou a Copa do Mundo de 1970 com grande estilo, tornou-se num mito, sendo o principal expoente do jogo bonito”.
Já o segundo melhor time de todos os tempos é a Hungria de 1953, que viria a ser vice-campeã mundial do ano seguinte, enquanto o terceiro lugar ficou com a Holanda, vice-campeã do mundo em 1974, conhecida como “Carrossel Holandês”.


O prestígio do Brasil e a liderança do presidente Lula


A atual “Cimeira" entre o Brasil e a União Européia é uma prova do prestígio do Brasil e da liderança do presidente Lula. Lá se discutiu não só as relações do Brasil com a União Européia, o que já seria o suficiente, mas também se retomou, de uma maneira ou de outra, as negociações sobre Doha, por mais que certa imprensa e certos articulistas façam tudo para esconder esse fato importante.


A presença dos primeiros ministros da Itália, Romano Prodi, da Alemanha, Angela Merkel, e do Presidente francês, Nicolas Sarkorzy, só aumentou a importância da Cúpula Brasil-UE. Na prática, Peter Mandelson,comissário de comércio da EU, retomou as negociações com o Brasil e nosso ministro das relações exteriores, Celso Amorim, estocadas públicas à parte, é o interlocutor para a UE.O resto é choro da oposição aqui no Brasil, inclusive na mídia. Portugal recebeu Lula e a delegação do Brasil em Lisboa de braços abertos e com entusiasmo. Seu primeiro-ministro, José Sócrates, e o Presidente da Comissao Européia, o ex-primeiro-ministro português, Durão Barroso, destacaram não só a importância do Brasil, como a liderança de Lula.


enviada por Zé Dirceu

Brasil: Investimentos em Expansão


A Carta do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), divulgada ontem no site da entidade, faz uma análise precisa do crescimento da nossa indústria. A introdução do documento diz tudo.


Leiam:


A indústria produziu mais 1,3% em maio com relação a abril com ajuste sazonal. No ano, ou seja, no período janeiro-maio, o setor acumula aumento de 4,4% com relação ao mesmo período do ano passado e em doze meses a evolução chega a 3,3%. São números que sugerem um crescimento superior em 2007 em relação à evolução que vem sendo obtida nos últimos dois anos (3,1% e 2,8%, respectivamente, em 2005 e 2006). Notar adicionalmente que esse crescimento do setor mostra sinais de aceleração.


Nesse processo salta aos olhos a liderança da indústria de bens de capital, cuja evolução com relação a abril, com ajuste sazonal, foi de 5,1% em maio e de 16,3% no acumulado do ano. Tais resultados indicam aceleração do investimento. Essa destacada dianteira da produção de bens de capital no plano doméstico, aliada a uma escalada ainda mais significativa das importações desses bens afiançam que o maior crescimento do PIB nesse e no próximo ano não irá suscitar pressões inflacionárias.


Por isso, o Banco Central pode dar continuidade às reduções da taxa básica de juros no nível da última queda (-0,5 pontos percentuais). Como se sabe, as mudanças na taxa básica de juros a partir de agora terão efeitos predominantemente não mais em 2007, mas, sim, no ano que vem. Também no ano que vem os maiores investimentos que estão sendo executados no presente ano devem se traduzir em maior capacidade produtiva. Essa evolução de bens de capital é, portanto, crucial para habilitar a autoridade monetária a dar continuidade à queda da taxa básica de juros.
Dentre outros destaques, cabe sublinhar que o crescimento de 1,3% no mês refletiu o bom desempenho de quinze dos vinte e três ramos pesquisados que têm séries ajustadas sazonalmente. Nas demais bases de comparação, a indústria geral avançou 4,9% em relação a maio de 2006 e nos cinco primeiros meses do ano, acumulou incremento de 4,4%, enquanto no período de doze meses a variação foi de 3,3% - o mesmo nível de abril.
No corte por categoria de uso, descontados os efeitos sazonais, todos os segmentos elevaram o nível de produção na passagem de abril a maio, com destaque para bens de capital (5,1%). Próximos da média global da indústria, os segmentos de bens de consumo duráveis e de bens semiduráveis e não-duráveis cresceram, respectivamente, 1,5% e 1,3%. Com desempenho inferior ao da média da indústria, bens intermediários registrou acréscimo de 0,6%.
Na série mensal, o setor de bens de capital com ritmo muito superior ao da média da indústria, registrou aumento de 19,4%, o quinto seguido acima do patamar de 12,0%. Também acima da média, a indústria de bens de consumo duráveis cresceu 6,0%, impulsionada pela ampliação da demanda interna associada a melhores condições de crédito e recuperação da massa salarial. Nas demais categorias a evolução se deu abaixo da média global: bens de consumo semiduráveis e não-duráveis, com taxa de 4,3%, e bens intermediários, 2,8%.


Nos cinco primeiros meses do ano, todas as categorias de uso lograram taxas positivas. O segmento de maior dinamismo foi novamente o de bens de capital, acumulando acréscimo de 16,3%, com aumento de produção em todos os seus subsetores, em particular naqueles voltados para a própria indústria e para agricultura.


Quanto ao nível da utilização da capacidade instalada, o indicador com ajuste sazonal de utilização média da capacidade instalada na indústria de transformação da CNI subiu ligeiramente na passagem de abril a maio, de 82,5% para 82,7%. Já os dados, sem ajuste sazonal, divulgados pela FGV, mostraram que o nível de utilização da capacidade instalada pela indústria de transformação atingiu 84,7% em junho, após ter se mantido estável em maio. Ambos os indicadores apontam para a existência de relativa folga de capacidade na indústria brasileira.


No plano internacional, a indústria brasileira apresenta menor dinamismo que suas congêneres de países com grau semelhante de desenvolvimento. Em maio, enquanto a indústria de transformação do Brasil cresceu 4,9% na comparação com igual mês do ano anterior, a indústria russa registrou expansão de 9,4%, a indústria argentina avançou 6,4% e a tailandesa 6,3%.

O QUE DIRÁ A MIRIAM LEITÃO ?


por: Paulo Henrique Amorim


. O Ibama finalmente resolveu aprovar as duas usinas do Rio Madeira: o bom senso prevaleceu (clique aqui para ler a entrevista de Mauricio Tolmasquim).

. A história de “apagão energético” em 2011 é outra previsão catastrófica, que Tolmasquim refuta nessa mesma entrevista.

. Nesta segunda-feira, dia 09 de julho, saiu a pesquisa Focus do Banco Central, com o resultado das opiniões de economistas de instituições particulares.

. A previsão para o crescimento do PIB subiu na última semana.

. 2007 e 2008 terão crescimento econômico acima de 4%.

. A inflação ficará abaixo da meta fixada pelo presidente Lula: 4,5%, em 2007 e 2008.

. A balança comercial e o saldo em contas correntes devem crescer; e o investimento estrangeiro direto será de US$ 20 bilhões em 2007, e outros US$ 20 bi em 2008.

. Ou seja, as perspectivas econômicas são brilhantes – SEGUNDO A OPINIÃO DOS AGENTES PRIVADOS QUE RESPONDEM À PESQUISA FOCUS.

. O que a mídia conservadora (e golpista) pode fazer para derrubar o presidente Lula e/ou impedir que seu Governo seja bem sucedido e ele possa fazer o sucessor ?

. A mídia vai fazer qualquer coisa para botar areia nas hidrelétricas do Madeira e nas previsões da Focus.

. Como diz o Globo, a mídia vai “empacar” o PAC.

. Como fez a Miriam Leitão, que demonstrou por “a” mais “b” que construir as duas usinas no rio Madeira era uma ameaça ao equilíbrio da Humanidade (e dos bagres).

. A próxima trincheira da Miriam Leitão é desmontar o programa de bio-combustivel, um dos pontos centrais do Governo Lula (e para o futuro do Brasil).

. Ela invoca duas teses que não ficam de pé – que vai faltar comida por causa da cana e que a cana vai desmatar a Amazônica. (O Governo Lula deveria dar de graça uma gleba do Governo na Amazônia à Miriam Leitão, para ver se ela consegue fazer o que ninguém conseguiu fazer até hoje: produzir cana, com eficiência, no solo amazônico ...)

. O meu amigo Luis Hafers, que foi presidente da Sociedade Rural Brasileira, me contou hoje que fez várias tentativas de telefonar à Miriam Leitão, mas não consegue ser atendido.

. Ele tentaria demonstrar que a cana vai crescer em cima da pastagem. . E que o Brasil é um produtor de carne tão eficiente, que, cada vez mais, precisa de menos pastagens para produzir carne...

. Outra trincheira da mídia conservadora (e golpista), agora com o apoio de seu principal ideólogo, o Farol de Alexandria e seu Instituto, é minar o Governo Lula com a tese de que a questão central do Brasil é a violência.

. Aparentemente, não é mais “a crise de valores”, desde que o problema de Renan Calheiros – usar dinheiro de empreiteiro para pagar a conta de um filho fora do casamento – bateu na trave dos tucanos ....(Clique aqui para ler o que disse Luiz Carlos Azenha sobre a mídia e FHC)

. A mídia, agora, tentará provar que o Rio – a capital do problema da violência – é irrecuperável.

. E a tentativa do Presidente Lula de usar dinheiro do PAC para urbanizar as favelas do Rio e retomar dos traficantes o controle do território, como o do Alemão, resultará inútil.

. A mídia conservadora (e golpista) de São Paulo faz aí uma combinação sinistra.
. Primeiro, tenta colar o problema da violência no Governo Lula (como se a ocupação de São Paulo pelo PCC tivesse ocorrido num governo não-tucano).
. E segundo, revela um traço macabro da “elite branca” paulista: desvalorizar e demonizar o que se encontra quando você segue para o Norte, na Via Dutra.

. Na hora em que o Vale do Paraíba do Sul entra no Rio, os valores são outros, menores.

. A distância de São Paulo para o resto do Brasil – segundo essa visão tétrica da “elite branca”, expressa na mídia conservadora (e golpista) de São Paulo – se amplia aceleradamente.

. Breve assistiremos em São Paulo à criação do partido Forza Itália – o que estará na capa da revista Veja –, ou o ataque ao Forte Sumter, no próximo dia 09 de julho.

Em tempo: o “Bom (?) Dia Brasil” desta manhã conseguiu transformar a licença para construir as usinas do Madeira numa péssima notícia. Os cinco notáveis especialistas – Renato Machado, Renata Vasconcellos, Claudia Bom (?) Tempo, Miriam Leitão e Vladimir Neto – botaram defeito na licença, nas usinas e cantaram a mesma ladainha: vai faltar energia em 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 ... Por que será que a Globo não conseguiu prever o apagão do Governo do Farol de Alexandria, vulgo FHC .

A Folha de São Paulo e a pesquisa sobre o governo Lula


O Jornal paulista Folha de São Paulo está cada vez mais parecido com o o jornal norte-americano Washington Post. E o Washington Post é aquele jornal que segundo o famoso jornalista independente I. F. Stone "A gente nunca sabe em que página se encontram as notícias da primeira página".

O blog está oferecendo viagem e estadia grátis, durante uma semana em Paris, com direito a acompanhante, para quem achar na capa da edição deste sábado da Folha São Paulo a pesquisa sobre a avaliação do governo Lula.

...O texto acima escrevi no sábado. O texto abaixo Paulo Henrique Amorim escreveu no domingo no seu Conversa Afiada:


Em São Paulo, o Cristo perdeu

O Estadão e a Folha – baluartes da mídia conservadora (e golpista) não deram na primeira página de hoje a notícia de que o Cristo Redentor é uma das 7 Maravilhas do Mundo.
Compreende-se. A Folha e o Estadão, que são muito chics, torciam pela Torre Eiffel e a Estátua da Liberdade.

US$ 200 bilhões de reserva para zerar dívida externa total do País


Esta semana, saldo vai bater em US$ 150 bilhões, um crescimento de 81% só este ano. As reservas internacionais do Brasil, próximas de US$ 150 bilhões, podem zerar a dívida externa total do País ainda este ano. Só em 2007, as reservas já foram engordadas em mais de US$ 65 bilhões, ou 81% de acréscimo. Mantido este ritmo, podem alcançar ou até passar de US$ 200 bilhões até dezembro, recursos suficientes para pagar, com folga, toda a dívida externa de US$ 184,3 bilhões.


As reservas brasileiras elevadas, ao lado da queda do risco-país para o menor nível da história e da possibilidade do "investment grade" no curto prazo, contribuem para a melhora da imagem do Brasil junto ao investidor estrangeiro - e esteriliza a "vulnerabilidade externa" que tanto nos ameaçou. Desde que bateu o recorde histórico em 17 de outubro do ano passado, quando chegou a US$ 74,954 bilhões, as reservas não pararam mais de crescer, uma série de indicadores mostra que ainda há espaço para avançar.

Gaúcha fã dos Ramones é a nova presidente da UNE


Tem cara nova - para nós, os desinformados - no movimento estudantil.É a gaúcha Lucia Stumpf, nova presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).


Diz o perfil da moça:


"Ela não é “bicho grilo” e seu cantor predileto não é Geraldo Vandré, tampouco Chico Buarque. Além de jovem, bem articulada e bonita, tem atitude e um visual ousado até mesmo para os mais descolados. Com piercing no nariz e diversas tatuagens pelo corpo, Lúcia gosta mesmo é de punk rock (sua banda preferida é Ramones), rock gaúcho e música eletrônica. Daí não fica difícil imaginar a excentricidade da cena desta jovem em acalorados debates com a nata da esquerda militante brasileira.Convicta, é contra a redução da maioridade penal e a favor da descriminalização das drogas leves. Irá lutar para que a UNE encampe uma grande campanha defendendo o direito da mulher sobre o seu corpo, leia-se, pelo direito ao aborto. Pretende aproveitar o fato de ser uma das pouquíssimas mulheres que chagaram à frente da entidade para colocar o dedo na ferida do machismo presente na política e, particularmente, no movimento estudantil. Não poupará esforços para introduzir no debate temas relativos às mulheres, como políticas públicas de planejamento familiar e assistência as mães-estudantes."

http://viomundo.globo.com/

Cadê o envelope com a grana do ministro?


O ministro foi acusado, julgado e condenado.
Pela televisão.
E perdeu o emprego.
Falo de Silas Rondeau, ex-ministro das Minas e Energia.
É homem do ex-presidente José Sarney, oligarca do Maranhão.
José Sarney, aquele que agora defende a liberdade da emissora venezuelana RCTV mas, não faz muito tempo, queria calar blogueiros na campanha eleitoral do Amapá.
Mas se nós vivemos numa sociedade dita democrática, será que o ministro não deveria ser considerado inocente até prova em contrário?
O vídeo que a Polícia Federal vazou para a televisão teria demonstrado que, em nome da empreiteira Gautama, a lobista Maria de Fátima Palmeira foi ao ministério entregar 100 mil reais em dinheiro ao ministro.
É uma acusação grave e que exige provas.
Vi na TV e fiquei me perguntando: cadê o envelope?
Acostumado a lidar com imagens de tevê, fiquei acompanhando a narração da reportagem e não vi um envelope trocar de mãos.
Agora vem o perito Ricardo Molina com um laudo demonstrando que a lobista não tinha um envelope na mão; nem o assessor do ministro, Ivo Almeida Costa, aparece com o tal envelope.
Fiquei ainda mais confuso ao ler na primeira página da Folha de S. Paulo que, segundo a Polícia Federal, o dinheiro teria sido levado na bolsa de Maria de Fátima.
Primeira era no envelope, agora é na bolsa.
Como é que a PF sabe que o dinheiro estava na bolsa?
Fez raio xis na bolsa?
A Maria de Fátima confirma?
Segundo a Folha, a informação (da PF) "desmonta a defesa de Rondeau, baseada em perito que afirma que a quantia não caberia em envelope".
Mas o laudo do perito não fala que o dinheiro não caberia em um envelope.
Diz simplesmente que o envelope não estava na mão da lobista.
Seria interessante que a Polícia Federal mostrasse todas as provas que tem contra o ex-ministro.
E se o dinheiro não entrou no envelope, nem na bolsa?
Imagens causam forte impacto na opinião pública.
E o vídeo foi apresentado como prova de corrupção.
Eu quero as provas, mesmo que seja a imagem de um pombo-correio que, de acordo com a PF, teria levado o dinheiro à janela do gabinete do ministro.


http://viomundo.globo.com/