22/06/2007

Mino Carta, Lamarca e a mídia sabuja



[O nome de Lamarca foi 'banido' do Colégio Militar de Porto Alegre, onde ele estudou; mas foi recolocado depois]
Sobre Carlos Lamarca e a ditadura que nos foi imposta, em 1964, com apoio da grande mídia, escreveu Mino Carta:
"Jornal do País não leio, revista semanal também, Jornal Nacional não assisto.
Há quem me informe a respeito, a me chamar a atenção para texto ou tela escolhidos.
Somente hoje li o editorial da Folha de sexta-feira passada, intitulado "O caso Lamarca".
E o editorial do Estadão de sábado, intitulado "Prêmio ao facínora desertor".
E um brevo texto da última edição de Veja, intitulado "O Bolsa-Terrorismo".Segundo a Folha, a decisão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça representa um prêmio à deserção, a qual, se bem interpreto, justificaria o fuzilamento.
É da percepção até do mundo mineral que Lamarca não foi desertor.
Se quiserem, amotinado.
A quem sustenta que a pena de morte se condiz a desertores, sugiro, em dias de lazer, a visão de um filme de Stanley Kubrick, Glória Feita de Sangue.
Conta uma história de deserção da Primeira Guerra Mundial.
Segundo o Estado, o propósito de Lamarca desertor, terrorista, torturador e assassino, era implantar no Brasil uma ditadura mais cruel e liberticida do que a que desabara sobre nós com o golpe de 1964.
O jornal chega a evocar com simpatia adversários do regime militar que "contribuíram para o processo de redemocratização" e define como "memorável" o movimento das Diretas Já.
Esquece ter implorado o golpe e condenado o movimento.
A Veja atinge o paroxismo. Lamarca "foi morto em combate por militares que cumpriam o dever de detê-lo", mas o "terrorista" é agora "transubstanciado" em mártir nacional.
Papa Ratzinger gostaria deste verbo, transubstanciar. Quanto à comissão de anistia, "parece movida pela ideologia de esquerda". Em geral, os editoriais e o artiguete de Veja evidenciam o sabujismo tradicional em relação às Forças Armadas. E algo mais.
A forma e o conteúdo, o tom e a letra, mostram que o tempo não passou.
Não se trata de tomar o partido da ditadura ou de Lamarca.
Bastaria, quem sabe, admitir que este foi resultado daquela. E que a ditadura, a ser condenada in limine por espíritos autenticamente democráticos, foi um monstruoso passo atrás na história brasileira, pelo qual pagamos até hoje.
Ocorre, porém, a julgar pelas reações da chamada grande imprensa, que os chavões oligárquicos continuam alerta.
Só falta convocar a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade."

postado em: http://viomundo.globo.com/site.php?nome=Bizarro&edicao=969

Os caminhos para superar a crise no setor aéreo


Está de volta aquilo que nossa velha e conhecida mídia conservadora chama de "caos aéreo". Ou seja, está de volta a operação padrão dos controladores de vôo que, obviamente, atrasa e pode paralisar o sistema aéreo do pais. Estivéssemos num governo conservador, toda mídia estaria execrando e denunciando os controladores como sabotadores e exigindo do governo medidas repressivas.Estariam acusando a CUT de sabotar o governo e demonizando os controladores, como fez com os petroleiros na greve de 1995, durante o primeiro Governo FHC.
Mas, como é um governo do PT e do Lula, apóia abertamente os controladores e faz um jogo perigoso para o pais, já que para fazer oposição ao governo Lula, cria a imagem de um caos aéreo. Quando temos, na verdade, um problema sindical e de gestão de um setor estratégico do país, o controle do espaço aéreo civil. Mistura essa questão com problemas de clima, nevoeiros, que acontecem em todos os países, incidentes, como de animais na pista, que acabou de acontecer no Brasil e no exterior, de falhas de equipamentos, de crescimento dos vôos e passageiros, de crise em companhias aéreas, como a VARIG, congestionamento na decolagem e aterrizagem nos aeroportos, comum em todo mundo hoje, dado o crescimento da aviação civil e do turismo. Só para criar um clima de caos e acusar o governo de não dar uma solução a curto prazo para um problema que só tem solução a médio prazo. Fala em desmilitarização, sabendo do custo e do tempo necessário para isso. Fala em substituir controladores, quando sabe, também, do prazo necessário. A única saída é um acordo com os controladores para que eles assumam, já que se trata de um serviço essencial e militar, logo vital para o pais e sua segurança, que é sua função superar todos os problemas e cumprir com a missão pela qual são responsáveis: fazer o sistema de controle aéreo do pais funcionar, mesmo com todos problemas. Ao governo cabe tomar todas medidas administrativas, técnicas e orçamentárias para superar o contencioso com os controladores.

O país não pode ficar refém dos controladores e esses exigem e devem receber um tratamento à altura das responsabilidades que exercem. Ou seja, salários compatíveis e condições de trabalho condizentes com o serviço essencial que executam. É preciso reorganizar todo setor e redefinir toda política para o setor. E isso só se faz, nessas situações de crise, com novos interlocutores e com novas propostas.É o que se espera do governo para que nossa oposição, travestida de informação e de defensora da cidadania, não tenha razão.

enviada por Zé Dirceu


Jaques Wagner e ACM se falaram por telefone


Bob Fernandes

A assessoria do senador Antonio Carlos Magalhães disse a Terra Magazine que hoje à tarde ele e o governador Jaques Wagner se falaram. De fato, o atual e o ex-governador da Bahia se falaram por alguns minutos durante a tarde.


Wagner, recém chegado da Espanha, telefonou para o Incor em busca de notícias estado de saúde do senador, diante da boataria que se espalhou pelo país. Falou com o filho do senador, Antonio Carlos Magalhães Jr, e este perguntou:


- Quer falar com ele?
- Sim - respondeu Jaques Wagner.


Em seguida, o governador e ACM trocaram algumas palavras, e Wagner lhe desejou um "pronto restabelecim


OMC: A CABEÇA DO COLONIZADO


Paulo Henrique Amorim


. Os países ricos não querem que a melhor agricultura do mundo entre em seus mercados para beneficiar seus consumidores.
. A soja, o etanol, o suco de laranja, o frango, os suínos, a carne de boi etc, etc, etc do Brasil não podem entrar nos mercados europeu e americano.
. Se pudessem, haveria mais emprego e mais renda no campo brasileiro.
. Se pudessem, seria uma vitória de um princípio básico da economia liberal, uma vitória do livre comércio.
. Numa reunião em Podsdam, na Alemanha, o Brasil se levantou da mesa e foi embora porque os países ricos agem contra o interesse nacional brasileiro e o aumento do emprego e da renda do povo brasileiro.
. E a mídia conservadora (e golpista) prefere reproduzir o Presidente Bush e responsabilizar o Brasil pelo fracasso da reunião.
. Manchete do Estadão: “Países ricos culpam Brasil e índia por fracasso da OMC”.
. Manchete da Folha: “Bush e Europa culpam Brasil por fracasso em negociação comercial”.
. Ou seja, o Estadão e a Folha olham para o Brasil da perspectiva dos países ricos.
. É o que se chama de “cabeça de colonizado”.

Casa dos Artistas busca novos apoios


Romualdo Lisboa e Joana Fialho, coordenadores da Campanha VIVA CASA DOS ARTISTAS, estiveram em reunião com o presidente da CDL e com representantes da ATIL.

Os representantes da Casa pretendem captar recursos para a recuperação física e buscar parcerias para a manutenção mensal e da programação da Casa dos Artistas.Ao presidente da CDL foi proposto um mecanismo de captação de recursos junto aos associados e em contrapartida foram lançadas sugestões ao órgão e aos lojistas. Júnior demonstrou bastante interesse, se comprometeu em defender a causa na reunião da diretoria e lançar uma proposta aos comerciantes.Aos empresários da Atil foi apresentada a campanha na intenção de ser formatado um mecanismo de captação especifico junto aos representantes do Trade turístico semelhante ao composto para a CDL, bem como a elaboração de contrapartidas para esta área. O presidente da Atil, Luigi Massa, que já é amigo e incentivador da Casa há anos, se comprometeu junto a outros integrantes do órgão a criar e colocar em votação uma bolsa de cultura através de uma taxa incluída nas diárias.Além da CDL e da Atil, serão realizadas novas reuniões com outras instituições como o Pólo de Informática, Pólo Industrial, e com grandes empresas da região, na intenção de buscar parcerias e viabilizar a reforma integral da Casa.


Qualquer pessoa ou empresário participa da campanha ao: comprar ingressos dos shows, eventos e material publicitário da campanha que tenham a renda revertida para esta causa; tornar-se Amigo da Casa contribuindo com serviços e material para a recuperação física; contratar um produto cultural da Casa (ou um espaço de um deles) para a revitalização cultural e a manutenção do espaço; e efetuar doações na conta do Teatro Popular de Ilhéus – Banco Itaú, Ag. 0291, Conta 28022-0.


Os Amigos da Casa terão além de cota de ingressos mensais para os espetáculos, as suas marcas expostas no banner permanente na frente da casa, bem como em uma placa explicativa no interior do imóvel que será afixada após a recuperação.Como expressou Nando Reis, durante o show de lançamento da campanha: “... é preciso que a gente encontre um jeito de trazer à tona aquilo que a gente tem de melhor”. Participe! Pois essa causa também é sua! Contatos 36345818.


Emprego cresce mais no Brasil do que em países ricos, diz OCDE

Segundo dados divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o grupo das 30 economias mais industrializadas do mundo, no Brasil foi gerada uma média de 2,7 milhões de novos postos de trabalho por ano, durante o período entre 2002 e 2005. O surgimento de tantas novas vagas se refletiu nas taxas de emprego brasileiras, que subiram entre 2000 e 2005, chegando a 70%, um número mais alto que a média da OCDE. Brasil, Rússia, Índia e China, os chamados BRIC, geraram mais de 22 milhões de novos empregos por ano, em média, enquanto o grupo de países integrantes da organização criou apenas 3,7 milhões de empregos por ano. O número é cinco vezes maior do que a geração de empregos de todos os países da OCDE juntos, segundo números da própria organização. Apesar dos números animadores do Panorama do Emprego da OCDE, a taxa de desemprego no Brasil, em torno de 9%, ainda é considerada alta e o problema atinge principalmente as mulheres jovens no país.

Pobreza e salários


A geração de empregos foi acompanhada de uma queda nos índices de pobreza nos BRIC, mas a desigualdade de salários permanece alta no Brasil. Segundo a OCDE, isso indica que, ao contrário do que dizem as teorias econômicas tradicionais, a integração internacional de países como o Brasil não foi associada a um aumento de salários para a mão-de-obra não-qualificada.


Outro desafio para os BRIC, de acordo com a entidade, é a redução da informalidade no mercado de trabalho. No Brasil, por exemplo, o emprego no setor informal representa cerca de 45% de todo o mercado no país, o que mostra que o crescimento econômico mais acelerado não derrubou as barreiras que impedem a transição para o setor de emprego formal. De acordo com a OCDE, esta transição seria um fator fundamental para fortalecer as perspectivas de crescimento em longo prazo para os BRIC. Leia também:

Ilhéus paga alto por incompetência e erros administrativos


As duas notas abaixo foram postadas no blog pimenta (http://www.pimentanamuqueca.blogspot.com/), elas dizem por si só, despensa comentários, traduz em números a tragédia da nossa cidade, explica de forma cientifica o crescimento da criminalidade, e demonstra o que pode acontecer com uma cidade quando falta projetos e políticas publicas voltados ao desenvolvimento. A incompetência dos últimos governantes de Ilhéus em planejar e executar projetos sustentáveis esta cobrando agora seu preço. Enquanto o resto do Brasil cresce, Ilhéus vai na contra mão.

Segundo o Ibge o crescimento de empregos com carteira assinada no Brasil já passa de oitocentos mil novos postos de trabalho somente este ano. Os números da Bahia, conforme nota abaixo, contribuem para este total, na contra mão da historia Ilhéus tem resultados negativos.


De janeiro a maio deste ano, a Bahia criou 32.963 novos empregos. Até agora, 2007 já supera em quase 8 mil o saldo de empregos acumulado durante os 12 meses de 2006 - que foi de 25.089 vagas.

A informação é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, e foi divulgada hoje (20) com análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.

Fazem parte do grupo dos municípios que mais geraram novos empregos entre janeiro e maio: Salvador (7.336 empregos), Itamaraju (2.032 postos), Lauro de Freitas (1.852), Juazeiro (1.745), Camaçari (1.556), Feira de Santana (1.444), Teixeira de Freitas (1.381) e Vitória da Conquista (1.218 empregos). Entre aqueles que mais eliminaram vagas figuram: Maragogipe (-788), Itapetinga (-184) e Monte Santo (-127).



O município de Ilhéus quebrou a seqüência de crescimento na geração de emprego e no acumulado dos cinco primeiros meses de 2007 registra saldo negativo neste item. De janeiro a maio, registrou 5.914 admissões com carteira assinada e 6.079 demissões – um corte de 165 vagas.Maio está entre os meses deste ano com saldo negativo.

As empresas ilheenses contrataram 511 pessoas em maio e demitiram 512 trabalhadores. O ‘vermelho’ pode ser atribuído ao alto número de demissões no setor de serviços, área que contratou 169 trabalhadores e desempregou 236, corte de 67 vagas.


http://www.pimentanamuqueca.blogspot.com/

20/06/2007

Sinal fechado


A notinha abaixo foi publicada no excelente blog, Pimenta na Moqueca, reflete os números de pesquisa que circula nos bastidores da política ilheense. Eduardo Anunciação sempre bem informado da um recado certo que é um verdadeiro tiro nas pretensões do ex-farol da humanidade.


Quem lidera

Parece ser grande o desgaste do ex-prefeito Jabes Ribeiro.Apesar do péssimo e errante governo de Valderico Reis, Jabes não consegue superar a barreira dos 12%, mesmo saindo de uma acirrada disputa eleitoral, ano passado, quando concorreu a deputado estadual e perdeu.


O índice de intenções de voto do ex-prefeito (12%) é citado na coluna de Eduardo Anunciação. Nos bastidores, garantem que a liderança na corrida sucessória em Ilhéus é do petista Ruy Carvalho.


A esta hora, existem números para todos os gostos.

http://www.pimentanamuqueca.blogspot.com/

Incompetência ameaça o CEFET - Ilhéus


Em noticia divulgada hoje através de jornais e blogs regionais, o Secretário de Indústria e Comércio do município Paulo Ganem, demonstra seu total desconhecimento e desrespeito a esta cidade. A pouco "brilhante" para não dizer burríssima idéia de ceder o prédio anexo da prefeitura e o prédio da biblioteca pública (ex-colégio General Osório) para o Cefet, não se justifica nem tem o menor nexo com a funcionalidade e a historia dos prédios, muito menos com as necessidades da futura escola.

A iniciativa desesperada da prefeitura de evitar que o Cefet seja erguido na Ceplac, é parte de um problema maior que começou com a incompetência do governo em não encontrar e desapropriar um terreno adequado para a construção da escola no prazo estipulado.

Como não agiu a tempo e não teve competência para identificar a área adequada, o governo irresponsável de Valderico e equipe, estão buscando a saída mais fácil, sem se preocupar com aspectos prementes e conseqüências futuras de uma escola deste porte para a cidade.

O prédio anexo, assim chamado por ter sido construído para sediar as secretarias da prefeitura próximas ao palácio Paranaguá, é infinitamente menor que as necessidades de uma escola como esta, alem de não ter sido construído para este fim, tem problemas sérios para funcionar uma escola: um só elevador, pouquíssimas vagas de garagem, nenhuma área de lazer e intensa poluição sonora. O outro prédio, histórico, já com uma finalidade importantíssima seria ainda pior, não servia nem para funcionar uma escola primária, quando ali existia o colégio General Osório, imagine para um Cefet.

Na proposta maluca e inconseqüente do secretário e do prefeito, a biblioteca seria transferida para o palácio Paranaguá, outra distorção absurda. É claro que se algum dia este prédio deixar de ser sede do governo, deva se transformar em um equipamento cultural aberto ao publico com conseqüências evidentes para o turismo, algo como um museu ou um centro cultural, jamais uma biblioteca e um arquivo publico, que em si não tem o menor impacto para o turismo da cidade e já estão muito bem instalados onde estão.

O primarismo desta proposta alem de expor a incompetência latente do governo, demonstra uma visão pequena e mesquinha sobre a Escola Técnica Federal, um equipamento de ensino cobiçado por qualquer cidade. O nosso Cefet deve ser pensado como a base da futura Universidade Federal do Sul da Bahia, deve ser construído um campus com prédios próprios, laboratórios e áreas de expansão. Deve ter entre suas prioridades a formação básica e superior de profissionais altamente qualificados para supri as demandas do pólo de informática e da industria turística da cidade. A visão medíocre do governo sobre esta escola é preocupante, deixa a comunidade perplexa e preocupada.

Que o Cefet é bem vindo ninguém em Ilhéus tem duvidas disso, a preocupação é que tamanha incompetência possa jogar fora a mais importante conquista que a cidade teve em vinte anos.

Brasil se consolida como destino de tratamento médico


Cerca de 50 mil estrangeiros vieram ao Brasil no ano passado para tratar da saúde. Foi um avanço de 65% em relação a 2004, segundo o Ministério do Turismo, consolidando o País como destino do chamado "turismo de saúde". O ministério estima que metade dessas pessoas veio em busca de cirurgia plástica em clínicas do Rio de Janeiro, São Paulo, e em balneários no nordeste, como em Fortaleza.


Os números indicam o País como o local mais popular para a realização de cirurgias plásticas fora os Estados Unidos - um centro mundial para o que o ministério chama de lipoturismo, um trocadilho para lipoaspiração, procedimento cirúrgico que remove a gordura do estômago e coxas.Para a Sociedade Internacional de Cirurgia Estética (Isaps), o mundo vem ao Brasil para acabar com rugas e diminuir o abdômen em boa parte devido à influência do Ivo Pitanguy. O brasileiro é um dos primeiros cirurgiões plásticos do mundo e hoje, com 80 anos, possui uma bagagem de milhares de liftings, plásticas de seios e muitas outras cirurgias. Foi professor de mais de 600 operadores plásticos, que trabalham em pelo menos 43 países e é o inventor de processos que são copiados mundialmente, incluindo técnicas para reduzir cicatrizes, e o denominado "lifting brasileiro de bumbum", onde carne é adicionada aos glúteos da paciente para arredondá-los."Pitanguy criou a cirurgia plástica que conhecemos hoje", disse Bryan Mendelson, presidente da Isaps, com sede em New Hampshire, e que conta com 1,6 mil membros em 90 países. "Ele acabou com alguns tabus, popularizou a cirurgia plástica, e seu legado sobreviverá por meio de seus alunos.


"Custo acessívelO grande atrativo para o turismo de saúde no Brasil é o preço muito mais em conta em relação ao país de origem do paciente, especialmente por conta do câmbio. "Pacientes em potencial que moram em países onde os cuidados com a saúde são caros, podem tomar um avião, vir ao nosso país, e fazer plástica pela metade do preço", diz Osvaldo Saldanha, presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica do Brasil.Um lifting facial custa em média US$ 6 mil nos EUA, segundo o site da American Society for Aesthetic Plastic Surgery (Asaps), grupo que representa os cirurgiões plásticos norte-americanos, e não afiliado à Isaps. No Brasil, essa cirurgia custa apenas US$ 1,9 mil. Pelo preço relativamente módico, os pacientes em geral são tratados como reis em terra tupiniquim, longe dos olhos curiosos de amigos e colegas."As clínicas em geral são muito luxuosas e oferecem aos estrangeiros a privacidade que procuram", disse William Weissman, chefe da seção consular no consulado-geral dos EUA no Rio de Janeiro.


Pacientes em potencial cada vez mais procuram na internet pacotes que incluem festas, passeios e hotéis à beira-mar, além da cirurgia.Entretanto, João Carlos Sampaio Góes, ex-presidente da Isaps, adverte que as pessoas devem levar a sério todas as operações plásticas. "Mesmo a mais simples das cirurgias plástica, como para pálpebras caídas, envolve riscos", pondera. "É uma irresponsabilidade vender férias que incluem uma operação desse tipo."


Gazeta Mercantil

Fim de linha


Como nosso blog já previa em matéria postada aqui há quase quinze dias, a situação de Renan Calheiros não tem volta, é um novelo de linha que uma vez puxado vai trazendo mais escândalos, em poucos dias ou horas Renan cai.

Renan não é flor que se cheire, ex-líder do governo Collor e ex-ministro de FHC, tornou-se aliado de Lula na base da faca no pescoço. O PMDB, doido para aderir ao governo como sempre fez com todos os governos anteriores, aproveitou o momento difícil do mensalão e encostou de vez ou conchavou. Bom para o governo Lula que passou a ter o apoio do PMDB, ruim para o senado e para o Brasil. A conta vem agora, como salvar Renan, como ser solidário sem se lambuzar na lama?

Quem vive o dia a dia do senado já trata da sucessão de Renan, o vice-presidente é o senador Tião Viana, mas o regulamento da casa prevê uma nova eleição e o PMDB deverá fazer o novo presidente, provavelmente um dos Sarney, ao que tudo indica a ex-governadora do Maranhão.

É pule de dez, aposto e sugiro aposta para quem quiser.

Exuberância brasileira


Robert J. Shiller - Valor Econômico

O mercado acionário brasileiro, mensurado pelo índice Bovespa (corrigido pela inflação), mais que quadruplicou em valor desde a primeira vitória eleitoral do presidente Luis Inácio Lula da Silva, em outubro de 2002, e está agora em patamar quase duas vezes superior ao pico registrado em 2000.


Em comparação, o índice composto Xangai também corrigido pela inflação apenas dobrou durante esse período, ao passo que o mercado acionário americano, conforme mensurado pelo índice Standard and Poor´s 500 (também corrigido pela inflação), subiu apenas 50%. Na realidade, os EUA nunca registraram uma alta de quatro vezes nos preços das ações em menos de cinco anos, mesmo durante a bolha no fim da década de 1990.


Como Lula é um esquerdista professo que tem Hugo Chávez e Fidel Castro entre seus amigos, o desempenho do Brasil é ainda mais surpreendente. Como conseguiu Lula presidir o país durante um espetacular boom no mercado acionário? Estarão os brasileiros excessivamente exuberantes? Será hora de os investidores estrangeiros tirarem seu dinheiro do país?


Os movimentos nas bolsas de valores são certamente difíceis de explicar, mas há razões para acreditar que os brasileiros podem estar vivendo uma exuberância racional. Os lucros empresariais no Brasil cresceram aproximadamente tão rápido quanto os preços das ações. Uma vez que as relações preço/lucro têm permanecido estáveis e moderadas, o boom no mercado acionário não parece refletir simplesmente uma inclinação psicológica do investidor.


Pelo contrário, a pergunta que se justifica é por que a alta nos preços das ações não ultrapassou o crescimento dos lucros empresariais. Afinal de contas, na década de 1990 a alta nas bolsas americanas (assim como em muitos países) foi alimentada por altas recordes nas relações preço/lucro. Nos EUA, em 1998, essa relação era igual a 24, em comparação com uma média histórica em torno de 15. Em contraste, o patamar de partida da alta dos preços das ações no Brasil foi bastante diferente - uma relação preço/lucro igual a apenas seis em 1998.


Quando um boom no mercado acionário alcança proporções históricas, sempre desenvolve-se uma narrativa para racionalizá-lo. A mídia noticiosa usualmente apresenta razões para justificar a visão segundo a qual a economia entrou numa "nova era". Às vezes, os artigos são meras invencionices com o objetivo de sancionar o otimismo do mercado, como no caso do boom da década de 1990. Em outras ocasiões, entretanto, as matérias nos jornais e revistas parecem mais consistentes.


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Lula qualificou este período como um "momento mágico" para a economia brasileira. Embora o qualificativo precise ser aceito com cautela, os fundamentos da economia o corroboram. O real vem registrando valorização contínua, tendo atualmente chegado a quase o dobro de seu valor frente ao dólar americano em outubro de 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez. A inflação e os juros estão em queda, o país registra um superávit comercial, os investimentos estrangeiros estão afluindo a um ritmo elevado e o governo mais que saldou suas dívidas para com o exterior, tornando-se um credor líquido do restante do mundo.


Assim, os investidores nas bolsas parecem estar reconhecendo a vitalidade econômica brasileira, monitorando atentamente o crescimento dos lucros empresariais - e pegando carona neles. Depois de sua solitária crença nas bolsas brasileiras durante 2002, os participantes no mercado acionário brasileiro estão agora vendo investidores de todo o mundo querendo participar da festa.


Apesar disso, em vista de escândalos de corrupção envolvendo destacadas figuras do governo que vieram à luz nos últimos anos, é natural indagar por que o mercado acionário continuou tão vigoroso. Por que é que as notícias de corrupção não provocaram uma crise, como ocorreu na esteira de escândalos similares na Coréia e na Malásia durante a crise financeira asiática em 1997-98? Sim, embora os escândalos tenham abalado o governo, Lula foi reeleito com esmagadora votação no ano passado, e os investidores continuaram a colocar dinheiro no mercado acionário.


Uma das razões é que os escândalos de corrupção proporcionaram aos investidores uma oportunidade de ver em ação a liberdade de expressão e a democracia brasileiras. Em jornais e TVs, comentaristas vêm reportando implacavelmente os escândalos, contribuindo para provar, a um só tempo, a investidores brasileiros e estrangeiros, que o sistema político brasileiro é suficientemente estável para suportar críticas abertas.


Lula continua popular entre os brasileiros porque sua retórica populista evidencia real simpatia para com os menos afluentes - e com os investidores estrangeiros, porque ele sempre temperou seu radicalismo de modo a acomodar a realidade econômica. Lula criticou recentemente as ameaças do presidente boliviano Evo Morales, de expropriar ativos estrangeiros: "O radicalismo é incompatível com o bom senso necessário a um governante". Essa combinação de radicalismo filosófico e pragmatismo econômico revelou-se uma fórmula perfeita para o progresso brasileiro.
É verdade que o futuro é um desconhecido; não temos bola de cristal para prever a provável trajetória da Bovespa. Mas, em minha opinião, a narrativa é bem mais convincente do que a que circulava durante o boom no mercado acionário na década de 1990.


Robert J. Shiller é professor de economia na Universidade Yale, economista-chefe na MacroMarkets LLC, da qual foi um dos fundadores (ver macromarkets.com) e autor de "Irrational Exuberance and The New Financial

19/06/2007

Araguaia: Jornalista Ilheense pode ter descoberto cemitério de guerrilheiros


A noticia abaixo publicada no blog de Zé Dirceu, da uma esperança aos parentes e amigos de guerrilheiros assassinados pelo exercito brasileiro durante a guerrilha do Araguaia. A guerrilha que aconteceu nos primeiros anos da década de setenta, até hoje é uma ferida aberta na historia do Brasil, o exercito, mesmo após a anistia e já durante a democracia sempre se negou a indicar onde estavam os corpos, agora, graças a um trabalho investigativo do jornalista ilheense Leonel Rocha, menino nascido e criado no pontal, este triste episódio da nossa historia começa a ter um final.

Mais revelações sobre a guerrilha do Araguaia


O Correio Braziliense de hoje publica uma importante matéria -"Mateiros revelam cemitério da guerrilha" (só para assinantes), que traz novas informações que podem levar ä localização dos corpos de guerrilheiros do Araguaia que ainda são dados como desaparecidos.Segundo a matéria, do jornalista Leonel Rocha, mateiros que na época eram posseiros na região onde foi implantada a guerrilha, e que foram obrigados a atuar como guias do Exército, revelaram ao Correio pelo menos quatro locais onde, garantem, estão os restos mortais de vários guerrilheiros. Alguns dos guias ajudaram a enterrar os corpos.Esses cemitérios clandestinos estariam no pasto da Fazenda Real, localizada na altura do quilômetro 29 da OP 03, estrada vicinal na zona rural do município de Brejo Grande do Araguaia; na área em frente à sede da fazenda Bacaba, às margens da rodovia Transamazônica, no município de São Domingos do Araguaia; no Centro do Caçador, na vila conhecida como Oito Barracas, em uma estrada vicinal transversal da Transamazônica, dentro do pasto do fazendeiro José Laurentino, às margens do igarapé Taurizinho (onde estaria enterrada a guerrilheira Helenira Resende de Souza Nazareth, morta em 1972) e a última numa área em Xambioá.As informações reveladas pela matéria do Correio podem ajudar na localização dos corpos dos guerriheiros mortos no Araguaia e desmentem, na prática, a entrevista do ex-senador e ex-ministro de vários governos militares, Jarbas Passarinho, na Isto É desta semana (comentada ontem aqui no blog), onde ele diz achar impossível a localização dos corpos dos guerrilheiros.



Investimentos em energia e crescimento


Antonio Corrêa de Lacerda

Elevar as taxas de investimento na economia brasileira é fundamental para sustentar o crescimento econômico. Diante da revisão dos dados macroeconômicos realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que é o órgão oficial de elaboração e divulgação das contas nacionais, os investimentos, medidos pela formação bruta de capital fixo, representaram 16,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006.


Há fortes indicações de que essa taxa deverá ser elevada para 18% esse ano. Portanto, os investimentos estão evoluindo quase 8%, acima do crescimento médio do nível de atividades, de cerca de 4%. Essa é a única garantia, no médio e longo prazos, de que a capacidade produtiva e a infra-estrutura não representarão gargalos ao crescimento sustentado.


Do ponto de vista macroeconômico, levando-se em consideração a relação capital-produto da economia brasileira, o ideal seria que os investimentos viessem a representar 22% do PIB, algo que deve ser atingido nos próximos anos, a se sustentar o atual ciclo positivo.


As carências na infraestrutura brasileira demandam investimentos anuais da ordem de R$ 88 bilhões, levando-se em conta as necessidades de aportes nas áreas de petróleo e gás, saneamento, energia e telecomunicações, segundo estudos da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base).


O governo brasileiro, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), prevê, para o período 2007-2010, um montante global de investimentos públicos e privados da ordem de R$ 500 bilhões, incluindo os esforços de melhoria da infra-estrutura social.


No caso do setor de energia, há consciência de que é preciso elevar a oferta em cerca de 4.000 MW (megawats) ao ano para garantir o suprimento e evitar o racionamento, como ocorreu no ano de 2001. Para isso, será necessário acelerar os investimentos na área e solucionar as pendências de licenciamento ambiental. O Brasil tem todas as condições de manter sua matriz energética fortemente baseada em ativos renováveis, uma grande vantagem competitiva, diante da carência e dos impactos dos combustíveis fósseis ao meio ambiente.


O desafio brasileiro é não somente elevar o nível de investimentos, mas criar as condições para que os gargalos da infraestrutura sejam resolvidos, de forma a não se tornarem empecilhos ao crescimento da economia. Um fator determinante para as decisões de investimentos é o aparato regulatório, e é imprescindível que as regras do jogo sejam transparentes. Observa-se uma expressiva retomada do interesse dos investidores externos.


Depois de atingirem US$ 18 bilhões no ano passado, os fluxos de investimentos diretos estrangeiros no Brasil devem ultrapassar os US$ 25 bilhões no ano corrente, consolidando a liderança do País nesse quesito na América Latina e o segundo posto entre os paises em desenvolvimento. A perspectiva do Brasil ser classificado como grau de investimento por parte da agências internacionais de classificação de risco tem sido um fator de estímulo adicional para isso.


Antonio Corrêa de Lacerda é professor-doutor do departamento de economia da PUC-SP e autor, entre outros livros, de "Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil" (Saraiva). Foi presidente do Cofecon e da SOBEET.


Fale com Antonio Corrêa de Lacerda: mailto:alacerda@terra.com.br

O homem do Cenimar


Memórias dos tempos idos. Estamos em 1971, dirijo a redação de Veja e Octavio Ribeiro, o Pena Branca por obra da mecha que logo acima da testa sulca-lhe o cabelo preto, recebe de um oficial do Cenimar, no Rio de Janeiro, cópias de cartas manuscritas de Carlos Lamarca à namorada Iara Iavelberg. Lamarca já morreu, fuzilado à sombra de uma das ralas árvores da caatinga, por uma matilha de perseguires comandado por um capitão, Nilton Cerqueira, hoje general. Lamarca vinha de uma fuga de centenas de quilômetros pelo sertão e os tiros o mataram deitado e sem reação. Seu único companheiro de aventura e desgraça, o Zequinha, rememorado também pelos jornais de ontem. Não me permito a análise da personagem Lamarca, incluídos aí seus rompantes e crenças. Resta o fato de que foi assassinado friamente e de que não foi terrorista na acepção correta. De todo modo, Veja publicou as cartas, 36 anos atrás, e estampou uma na capa. Eram textos exaltados, da lavra de alguém disposto inexoravelmente a mergulhar em ilusões. A Veja naquele tempo ia às bancas na segunda-feira e, ao meio-dia, três janizaros à paisana invadiram minha salinha e me carregaram para uma C-14, o veículo preferido pelo Dói-Codi. Primeiro fui conduzido até as dependências da PF do bairro de Higienópolis, onde permaneci por umas duas horas em companhia de meliantes de medíocres calibres. Depois fui transferido para o QG do II Exército, não sem antes ouvir da boca de um censor conhecido nos tempos em que dirigia o Jornal da Tarde, sussurrada a frase no meu ouvido: “Desta vez é grave”. Fiquei em uma cela forrada de aço escovado por mais um punhado de horas, até ser levado à presença de um coronel de aspecto teutônico e de sobrenome Herar. Perguntou: “O senhor sabe porque se encontra aqui?” Respondi ignorar. Disse: “A revista que o senhor dirige publicou material subversivo”. Retruquei: “Fornecido a um repórter da sucursal carioca por um colega seu do Cenimar”. Olhou-me intrigado. Insisti, e sugeri que ligasse para o próprio. Pediu cortesmente licença e retirou-se por um tempo. Voltou e admitiu: “É verdade, o senhor pode retirar-se em liberdade”. Eram nove horas da noite e fui tomar canja no restaurante do Giovanni Bruno. Até hoje me pergunto quais foram as razões do homem do Cenimar ao entregar as cartas ao Pena Branca. De quem me lembro com saudade. Foi-se há muito tempo, era figura excelente e repórter de primeira.


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Sobre a parcialidade


Um estudo do IUPERJ sobre o comportamento da mídia durante a campanha das eleições de 2006 acusa a clamorosa parcialidade das coberturas de Globo, Estadão e Folha de S.Paulo. Vai sair na próxima edição de CartaCapital, apontada pelo estudo como o único órgão que informou corretamente. É a história de sempre, o enésimo capítulo de um enredo sem fim que vê a mídia alinhar-se de um lado só quando os donos do poder enxergam a aproximação de algum risco para o seu bom-bom. E reparem que desde a posse de Lula reeleito tudo continua como dantes. A mídia busca precipitar uma crise a todo custo.


Pretendeu-se transformar Vavá em excelente corruptor sem a mais pálida prova, e sem levar em conta a personalidade do irmão do presidente, figura bastante modesta, digamos assim. Diferente é o caso de Renan Calheiros. O filho fora do casamento não é, obviamente, o ponto. O problema está no fato de que se acumulam as evidências dos envolvimentos de Calheiros em esquemas suspeitos, com a guarnição de atrapalhadas tragicômicas cometidas pelo próprio. Pergunto aos meus solertes botões: se os acontecimentos de hoje tivessem ocorrido no tempo em que Calheiros era ministro de Fernando Henrique, seriam explorados com a mesma sofreguidão midiática? Respondem de pronto: nunca, jamais, talvez nem viessem à tona. E já que citei FHC, recomendo a leitura da Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim, inquirido na rua por um admirador de sotaque pernambucano, a lhe perguntar com expressão sabiamente sonsa: por que falam tanto do filho do Renan e nada se falou, em outra época, do filho do Fernando Henrique? Diga-se que a Globo conhecia o entrecho cabuloso de cor e salteado, a mãe solteira era funcionária da casa e, como tal, foi enviada para o exterior e ali mantida no resguardo. Aliás, outras moças globais deram-se bem com políticos.


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Vavá está sendo linchado


O homem do "arruma dois pau pra eu" é o biombo. Querem a jugular de Lula, o dos 60 milhões de votos.

Por: ELIO GASPARI - Colunista da Folha, link para assinante


GENIVAL INÁCIO da Silva, o Vavá, está sendo covardemente linchado porque é irmão do presidente da República. Ele é acusado de tráfico de influência sem que até hoje tenha aparecido um só nome de servidor público junto ao qual tenha traficado qualquer pleito que envolvesse dinheiro do erário. Um fazendeiro paulista metido numa querela de terras queria reverter uma decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça. Vavá recomendou-lhe um advogado. Isso não é tráfico de coisa alguma.


Um empreiteiro queria obras e encontrou-se com ele num restaurante. Ninguém responde se Vavá conseguiu favorecer esse ou qualquer outro empreiteiro. A divulgação cavilosa e homeopática de trechos de gravações telefônicas envolvendo parentes de Nosso Guia tornou-se um processo intimidatório e difamador capaz de fazer corar generais do Serviço Nacional de Informações, o SNI da ditadura. No caso de Vavá, as suspeitas jogadas até agora no ventilador não guardam nexo com os fatos. Não há proporção entre as acusações que lhe fazem e o grau de exposição a que foi deliberadamente submetido.


A Polícia Federal vasculhou sua casa (um imóvel de classe média em São Bernardo do Campo). A diligência foi apresentada como parte de uma Operação Xeque-Mate, destinada a desbaratar uma quadrilha envolvida em contrabando, tráfico de drogas e máquinas caça-níqueis. Não era pouca coisa. Pelo que se sabe até agora, coletaram cinco papéis. Entre eles, duas cartas que não foram entregues. Vavá tentou alavancar dois casos com empresas privadas (Vale e CSN). Nenhum dos pleitos chegou à direção das companhias.


Os grampos policiais estabeleceram um vínculo entre Vavá e dois mercadores de casas de jogo e atravessadores de negócios. Um deles, Nilton Servo, ameaçou "trucidar" a família de um desafeto. O outro, Dario Morelli, compadre de Lula, julgava-se protegido pelas suas amizades e disse que a polícia pensaria "duas vezes em fazer qualquer coisa". Foi preso. Os dois planejavam maracutaias e contavam com a ajuda do irmão do presidente, a quem dizem ter dado algo como R$ 15 mil nos últimos meses. Nas palavras de Servo, "o Vavá é para ser usado".


Numa conversa, Vavá fez-lhe um pedido: "Ô, arruma dois pau pra eu?" Lula tem 15 irmãos e algo como cem parentes. Desde que Tomé de Souza chegou a Salvador, nenhuma família de governante teve tão poucas relações com o Estado como a dos Silva. Mais: nenhuma veio de origem tão modesta e continuou a viver em padrões tão modestos. (Noves fora o Lulinha da Gamecorp.)


Vavá meteu-se por sua conta e risco com os negócios de Servo e do compadre Morelli. Desqualificá-lo por lambari, deseducado ou pé-de-chinelo é parte do linchamento. Ele é um cidadão, ponto. Seus atos vêm sendo investigados e serão levados à apreciação da Justiça. Podia ser membro da Academia Brasileira de Letras, dava na mesma. Antes da conclusão do inquérito policial, Vavá foi irremediavelmente satanizado a partir de indícios, suspeitas e manipulações. Seu linchamento não busca o cidadão metido com vigaristas. Busca a jugular do irmão.


Durante a última campanha eleitoral, quando o comissariado petista chafurdou na compra de um dossiê contra os tucanos, demonizou-se a figura de Freud Godoy, um assessor de Lula, conviva de sua panelinha. Durante três dias ele pareceu encarnar toda a corrupção nacional. Freud foi arrolado em dois processos, um criminal e outro eleitoral. Dizer que foi inocentado é pouco. Ele nem sequer foi indiciado. O pessoal do século 21 sabe que Jimmy Carter é um ex-presidente dos Estados Unidos (1977-1981), Prêmio Nobel da Paz de 2002. Passará para a história como um exemplo de retidão. Isso agora. Quando estava na Casa Branca, Carter foi atazanado pela exposição de seu irmão Billy, caipira alcoólatra que se tornou lobista (registrado) do governo líbio. Criou-se o neologismo Billygate. Morreu em 1988, aos 51 anos, falido. Virou poeira da História.Ninguém quer a jugular de Vavá, como não se queria a de Billy Carter. O negócio é outro.

Demo já sabe o que o eleitor quer...


PT – 28,2%

DEMo – 0,6%


De olho nas próximas eleições, o Democratas já prepara suas novas bandeiras. Encomendou uma pesquisa para identificar e compreender o que o eleitor quer e pensa. Entre os dias 19 e 22 de maio, 2 mil pessoas de 17 estados aprovaram o governo Lula, falaram da imagem dos partidos políticos e se posicionaram de maneira conservadora sobre temas polêmicos.


A pesquisa sugere o tom do discurso para a oposição. “Criticar a economia neste momento é dar um tiro na cabeça. Falar do Bolsa Família é indiferente, porque é um programa aprovado mas não é a principal demanda”, avalia o cientista político Nelson Carvalho, um dos responsáveis pela pesquisa. .O partido também está de olho na agenda para a economia. Redução de impostos e de juros, aumento de salário mínimo é o que o eleitor diz mais querer. Privatização, nem pensar. Questionados se o governo deveria retomar a Vale do Rio Doce — privatizada em maio de 1997 —, 64,1% dos entrevistados disseram que sim. O cientista político Nelson Carvalho avalia que o espaço para a agenda liberal no campo econômico é muito pequeno. “O eleitor é conservador”, atesta Carvalho.Seis perguntas de “a favor ou contra” confirmam o lado mais conservador dos entrevistados. A maioria é contra a legalização do aborto, das drogas e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Defende a pena de morte para crimes hediondos e tratamento duro, chamado de regime militar, para menores delinqüentes. Também são a favor de soluções radicais para melhorar a segurança: Exército nas ruas, penas mais severas e redução da maioridade penal.


Medidas condenadas por sociólogos e criminalistas.“Foi uma pesquisa de posicionamento, para entender como o cidadão está vendo o país e os partidos”, explica o presidente do Democratas, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ). O PT ainda é o partido mais simpático e encarado como o defensor dos trabalhadores, dos pobres e também da classe média. “As denúncias e a crise não prejudicaram a imagem do PT, ainda muito ligada ao presidente Lula”, observa o cientista político Nelson Carvalho, lembrando que Lula é bem avaliado. .


(Matéria do Correio Braziliense. enviada ao blog pelo leitor Hélio Borba)