22/02/2008

O PAC EXISTE E VAI DAR O QUE FALAR


Paulo Henrique Amorim

. Estou no Complexo de Manguinhos, subúrbio do Rio, num posto móvel da Secretaria do Trabalho do Estado, estacionado na comunidade da Varginha.

. Entrevistei pessoas na fila para conseguir um emprego com salário entre R$ 600 e R$ 800 por mês nas obras do PAC.

. As filas se formaram desde segunda-feira e hoje mais de 14 mil pessoas se cadastraram.

. A relação de vagas para candidatos é de um para dez.

. Os que não conseguirem emprego direto nas obras do PAC estarão cadastrados automaticamente e poderão se candidatar a outras vagas no futuro.

. As obras do PAC se realizarão em Manguinhos, no Alemão, na Rocinha e no Pavão-Pavãozinho.

. 50% dos candidatos são mulheres.

. Mais de cem candidatos têm diploma universitário.

. A maioria dos que eu entrevistei é de empregados temporários, biscateiros, que querem usufruir dos benefícios da carteira assinada.

. O posto da Secretaria do Trabalho tem duas portas.

. A primeira é para o candidato se inscrever.

. A segunda é para tirar ou renovar a carteira de trabalho, porque o candidato precisa de carteira do trabalho, identidade e atestado de residência.

. Serão contratados com prioridade: as mulheres e os moradores da comunidade em que houver a obra.

. A principal obra de Manguinhos será a urbanização da favela.

. No Alemão, Rocinha e no Pavão-Pavãozinho, além da urbanização haverá uma ligação das favelas com o sistema de transporte da cidade, de preferência, o metrô.

. Muitos entrevistados dizem: "quero trabalhar no PAC", "preciso desse emprego no PAC", "se eu entrar para o PAC vou melhorar de vida".

. O PAC é, no Rio, uma possibilidade concreta de conseguir emprego e melhorar de vida.

. O PAC no Rio não é uma exposição em Power Point nem um conjunto de números que o Nei ou a Patrícia, que eu conheci aqui em Manguinhos, possa entender.

. O PAC já existe e daqui até 2010, quando as obras teoricamente se concluírem, vai dar o que falar.

Em tempo: o PIG de São Paulo não ignora o PAC. Espinafra o PAC. É o caso da Folha, que criou um PAC paralelo, o chamado "PAC-da-Folha", com números e obras diferentes daqueles do PAC (
clique aqui). O PIG do Rio, ou seja, as Organizações (?) Globo trata o PAC com o tradicional intuito de boicotar o Rio. A Globo é contra o Rio. Tanto assim que desde quando começaram as filas para trabalhar no PAC a preocupação da Globo é demonstrar que a fila é composta de traficantes de cocaína. Mais ou menos como se 14 mil cariocas entrassem numa fila debaixo do sol, numa temperatura de 35 graus, para chegar no canteiro de obras e vender papelotes. É bom lembrar que o jornal O Globo trata o PAC com o emprego do verbo "emPACar". O Rio resiste à Globo.

Nenhum comentário: