13/05/2008

120 anos depois, 13 de maio ainda é só no papel

No Brasil, figura, entre tantos outros "valores imaginários", a história de que há leis que não pegam. A abolição da escravatura, oficializada em 13 de maio de 1888, talvez seja o mais triste exemplo disso. A canetada da Princesa Isabel só serviu para jogar os negros no núcleo da miséria. Antes no trabalho escravo, agora e sempre o negro foi largado na sociedade brasileira sem ter o mínimo de dignidade garantida.

Isso tudo tem muito a ver com algumas políticas públicas discutidas hoje em dia, como cotas e outras ações afirmativas de inclusão. Conforme indagou brilhantemente a vereadora soteropolitana Olívia Santana, em artigo ao Portal Vermelho, os que são contra essas propostas oferecem o que no lugar? Essa resposta o povo negro espera desde a Lei Áurea.

Há pouco para se comemorar nesses 120 anos. Deve-se, no entanto, reverter o quadro com ações de valorização e de inclusão dos negros, historicamente excluídos das decisões e benefícios de todo e qualquer cidadão. Nesse sentido, a Afrobras e a Unipalmares mantêm nesta semana uma programação diversa no prédio da universidade. Fora isso, acontecem em todo o país atos públicos para pressionar o STF com relação à votação das cotas e da expansão do ProUni. Mais do que nunca, a mobilização é o principal instrumento para se fazer ouvido.

No dia de hoje, saudamos e apoiamos o poder de luta dos negros contra o preconceito e a favor de sua cidadania.



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