O PSDB está "assustado com a inabalável popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contestado por suas próprias bases por sua performance como oposição", informa neste domingo (12) o jornal O Estado de S. Paulo. Ao lado da reportagem de Carlos Marchi, uma entrevista com a cientista política Lourdes Sola aconselha o tucanato a perder o "medo- pânico de ser acusado de direita".
Fonte: http://www.camara.gov.br/
O jornal é insuspeito de antitucanismo, já que publica uma coluna mensal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O título remete para o congresso convocado para setembro - o primeiro dos 19 anos de existência do PSDB, afora o da fundação, em junho de 1988. O congresso é apresentado como "uma cruzada para mudar a ação, o conteúdo e a organização do partido".
Um partido "mal distribuído"
O presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), "queixa-se" na reportagem de que "o partido está mal distribuído nos estados". em oito deles não tem um deputado federal e em outros oito, tem apenas um.
No Norte, há uma única base forte, o Pará, onde os tucanos perderam o governo estadual após um reinado de 12 anos. No centro-oeste, apenas Goiás, também com o governo perdido na eleição de 2006. No Nordeste, quatro dos nove estados não têm representação tucana na Câmara.
O bunker da bancada tucana fica em São Paulo do governador José Serra e do ex-governador Geraldo Alckmin: 17 deputados em um total de 57. Num distante segundo lugar, fica Minas Gerais de Aécio Neves, com seis deputados.
Um partido "que defende os ricos"
A crítica do Estadão, mesmo construtiva, é ácida. Cita uma pesquisa do instituto Ipsos, há mais de uma década o preferido dos tucanos: para os brasileiros o PSDB (19%) é o partido '''que mais defende os ricos''' e PT (44%) é o partido '''que mais defende os pobres". O jornal cita uma admoestação de FHC: ''Temos de falar com todas as classes".
A mesma pesquisa perguntou qual o partido que "fala a linguagem do povo". Os que responderam PSDB somaram 4%; os que apontaram o PT, 43%.
"Hoje os partidos estão quase resumidos ao Congresso. Não pode ser assim, temos de ter representantes no cotidiano da vida", reclamou FHC. O ex-presidente, partidário de uma oposição intransigente ao governo Lula, aconselhou o PSDB a buscar um programa mais atualizado e, mais que tudo, a "levantar crenças, valores, caminhos".
Sem medo "de ser acusado de direita"?
A professora Lourdes Sola, formada pela USP (Universidade de São Paulo) e com PhD em Oxford, vê no PSDB "um déficit de comunicação". Também se queixa na entrevista de que o partido tem "um pudor, mas um pudor enorme de se apropriar de realizações políticas e um medo pânico de ser acusado de direita". Isso, segundo ela, abre espaço para "tentativas de voltar a esquemas de monopólio estatal", o que "é reestatizante".
"Quando Lula ameaça pôr gente nas ruas, dá para imaginar o trabalho que vai ter um futuro governo que queira voltar a sanear o Estado", lamenta a professora. Mas é toda elogios para o desempenho da mídia: "Em compensação, nós temos uma imprensa muito ativa, muito aplicada e que está, até, substituindo a oposição", analisa.
A intervenção do ex-ministro Pedro Malan (Fazenda) no seminário tucano da semana passada também é recordada. Malan lamentou que o partido, ao longo dos anos, não soube defender as privatizações do governo FHC". Para o ex-ministro, elas "mudaram a face do país", mas "a gente não sabe exaltar isso".
Com informações do Estado de S. Paulo
Fonte: http://www.camara.gov.br/
O jornal é insuspeito de antitucanismo, já que publica uma coluna mensal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O título remete para o congresso convocado para setembro - o primeiro dos 19 anos de existência do PSDB, afora o da fundação, em junho de 1988. O congresso é apresentado como "uma cruzada para mudar a ação, o conteúdo e a organização do partido".
Um partido "mal distribuído"
O presidente da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), "queixa-se" na reportagem de que "o partido está mal distribuído nos estados". em oito deles não tem um deputado federal e em outros oito, tem apenas um.
No Norte, há uma única base forte, o Pará, onde os tucanos perderam o governo estadual após um reinado de 12 anos. No centro-oeste, apenas Goiás, também com o governo perdido na eleição de 2006. No Nordeste, quatro dos nove estados não têm representação tucana na Câmara.
O bunker da bancada tucana fica em São Paulo do governador José Serra e do ex-governador Geraldo Alckmin: 17 deputados em um total de 57. Num distante segundo lugar, fica Minas Gerais de Aécio Neves, com seis deputados.
Um partido "que defende os ricos"
A crítica do Estadão, mesmo construtiva, é ácida. Cita uma pesquisa do instituto Ipsos, há mais de uma década o preferido dos tucanos: para os brasileiros o PSDB (19%) é o partido '''que mais defende os ricos''' e PT (44%) é o partido '''que mais defende os pobres". O jornal cita uma admoestação de FHC: ''Temos de falar com todas as classes".
A mesma pesquisa perguntou qual o partido que "fala a linguagem do povo". Os que responderam PSDB somaram 4%; os que apontaram o PT, 43%.
"Hoje os partidos estão quase resumidos ao Congresso. Não pode ser assim, temos de ter representantes no cotidiano da vida", reclamou FHC. O ex-presidente, partidário de uma oposição intransigente ao governo Lula, aconselhou o PSDB a buscar um programa mais atualizado e, mais que tudo, a "levantar crenças, valores, caminhos".
Sem medo "de ser acusado de direita"?
A professora Lourdes Sola, formada pela USP (Universidade de São Paulo) e com PhD em Oxford, vê no PSDB "um déficit de comunicação". Também se queixa na entrevista de que o partido tem "um pudor, mas um pudor enorme de se apropriar de realizações políticas e um medo pânico de ser acusado de direita". Isso, segundo ela, abre espaço para "tentativas de voltar a esquemas de monopólio estatal", o que "é reestatizante".
"Quando Lula ameaça pôr gente nas ruas, dá para imaginar o trabalho que vai ter um futuro governo que queira voltar a sanear o Estado", lamenta a professora. Mas é toda elogios para o desempenho da mídia: "Em compensação, nós temos uma imprensa muito ativa, muito aplicada e que está, até, substituindo a oposição", analisa.
A intervenção do ex-ministro Pedro Malan (Fazenda) no seminário tucano da semana passada também é recordada. Malan lamentou que o partido, ao longo dos anos, não soube defender as privatizações do governo FHC". Para o ex-ministro, elas "mudaram a face do país", mas "a gente não sabe exaltar isso".
Com informações do Estado de S. Paulo
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