01/05/2008

O poder de informar


O artigo abaixo escrito por Eduardo Guimarães do bolg Cidadania.com corresponde a um sentimento disseminado na internet por milhares de blogueiros de todo o mundo.
O advento da internet em concomitância com a criação das ferramentas digitais que permitem a criação e manutenção dos blog’s tem significado uma verdadeira revolução na comunicação.
Acabou a era do jornalismo fechado em redações e elites intelectuais que tem acessos aos donos das grandes empresas jornalísticas.
O jornalismo agora é pessoal é cidadão, qualquer um pode montar uma plataforma de comunicação e ser dono de um veiculo que dissemina suas idéias e opiniões.


O poder de informar


Aos poucos, sob os protestos inconformados dos grandes meios de comunicação, vai surgindo um fenômeno que já ameaça se equiparar ao surgimento da imprensa. Trata-se de um fenômeno criado pela internet, que pôs ao alcance de qualquer pessoa um poder historicamente reservado a poucos.

Vejam o caso dos blogs, por exemplo. Essas páginas pessoais começaram a ganhar atenção graças aos profissionais da comunicação. Porém, acabaram sendo usados por qualquer um independentemente de essa pessoa ter ou não ter formação jornalística, publicitária e similares. Os blogs já são lidos hoje por contingentes de consumidores de informação comparáveis aos dos grandes veículos.

Paulatinamente, os detentores históricos do monopólio da comunicação vão se dando conta de que a internet veio para pôr fim àquele monopólio. E, nesse processo, começam a desencadear uma campanha que visa desmoralizar o jornalismo autônomo.

Recentemente, quase morri de rir quando fiquei sabendo que Diogo Mainardi declarou que os blogs políticos não devem ser lidos porque não se sabe a que interesses eles servem, como se as pessoas não soubessem a quem serve quem fez tal declaração.

Sobre a produção jornalística autônoma, vejam o caso deste blog e de seu autor. Apesar de eu gostar de escrever e de ser um consumidor voraz de jornalismo há quase quarenta anos, minha formação e atividade profissional nada têm que ver com jornalismo.

Sou um comerciante, alguém que não tem a formação supostamente necessária para exercer a atividade jornalística. Ainda assim, na condição de consumidor de jornalismo e me valendo do conhecimento da natureza da demanda nunca atendida pelos profissionais da área, passei a divulgar análises e a garimpar notícias com as mesmas ferramentas que passaram a ser usadas por aqueles profissionais e, assim, criei um legítimo meio de comunicação.

Assim como eu, centenas de milhares de pessoas nas mesmas condições que as minhas, aqui e em todas as partes do mundo, também criaram seus blogs tratando dos mais diversos temas, que vão do humor à política, ainda que um e a outra às vezes nos pareçam tão próximos entre si.

Foi graças à acomodação dos profissionais da grande mídia, do jornalismo em si, que abandonaram a verdadeira reportagem, a busca in loco da notícia e passaram a trabalhar detrás de suas mesas nas redações, apelando, da mesma forma que os "amadores", para a tecnologia (telefone e internet), que os impérios de comunicação começaram a perder seu monopólio.

Caçar notícias pela internet e pelo telefone, como virou regra nas redações, qualquer um pode fazer. Analisar fatos políticos, por exemplo, qualquer um também pode fazer. E se quem fizer for um abservador atento e tiver domínio da linguagem escrita, vira jornalista.

É extraordinário um momento da história no qual o poder mais definitivo até hoje conhecido, que é o poder de influenciar as massas falando diretamente a elas, caiu nas mãos de qualquer um. A tecnologia caminha, inexoravelmente, para, cada vez mais, tirar dos poderosos o monopólio da palavra. Essa é uma realidade que, em minha opinião, ainda vai mudar o mundo - e para melhor.

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

Um comentário:

Anônimo disse...

Edu matou a pau. Concordo plenamente com ele. Não é necessário ter o canudo pra ser jornalista. Existe muita gente que possui apenas o segundo grau e escreve melhor do que muitos formados.