12/06/2007

A MÍDIA E OS JORNALISTAS VÃO LEVAR O BRASIL À VENEZUELA



Paulo Henrique Amorim

. Para que serve ser jornalista ? Para servir o público.
. Mino Carta e as obrigações do jornalista: busca canina da verdade factual; busca da imparcialidade; vigilância sobre o poder.
. Poder: o Estado e os que exercem o poder – aqueles que estão fora do Estado e mandam – como, no Brasil, a mídia conservadora (e golpista).
. A busca da imparcialidade – ninguém é imparcial, mas tem a obrigação de tentar ser.
. A verdade factual – a precisão, a acuidade, o respeito aos fatos.
. Por que um servidor público ? É papel central numa democracia: oferecer os fatos para que o cidadão possa escolher.
. Democracia é o direito de escolher – entre outras coisas.
(2 definições de Churchill – democracia é o regime em que, quando a campainha da sua casa toca às 4 horas da manhã é o leiteiro; a democracia é o pior regime, fora todos os outros)
. Tem que ficar claro o que é fato e o que é opinião.
. Na hierarquia dos valores, desde Platão, o fato é mais importante que a opinião.
. O Conversa Afiada é fato e opinião – e não quer enganar ninguém – por isso, tem a seção “não coma gato por lebre”.
. A imprensa escrita brasileira hoje tem opinião em tudo – até no horóscopo.
. A imprensa escrita brasileira não é séria – fora a Carta Capital.
. A mídia conservadora e golpista do Brasil é a pior de todos os países no mesmo estágio de desenvolvimento do Brasil – não comparo com Inglaterra, mas com México, Chile e Argentina (só é melhor que a Rússia e a China...)
. A imprensa escrita brasileira é a que tem o pior texto e o mais baixo índice de precisão, se comparada com México, Chile e Argentina.
. A mídia conservadora (e golpista) é, antes de tudo, golpista.
. A mídia conservadora e golpista aposta no caos.
. Ela existe para derrubar o Presidente Lula (clique aqui para ver como a mídia impressa torceu contra o Lula em 2002. E clique aqui para ver como a mídia impressa torceu contra o Lula em 2006).
. Por que ?
. A resposta cabe ao mestre Wanderley Guilherme dos Santos, que matou a charada, na revista Carta Capital:
. O poder da mídia brasileira é o poder de provocar crises políticas.
. A mídia brasileira promove a crise para negociar.
. Negociar a sua sustentabilidade.
. A imprensa escrita está em crise econômica: faltam anúncios e leitores.
. É uma crise provavelmente terminal.
. A Família Mesquita perdeu o controle do Estadão.
. O Uol é mais importante que a Folha.
. O jornal O Globo não ganha dinheiro e a Rede Globo pela primeira vez enfrenta um concorrente que tem grana – a Record.
. A Veja está em crise – a Vejinha é mais importante que a Veja.
(A Veja transcendeu a categoria “conservadora”: a Veja é o órgão oficial do fascio brasileiro.)
. O golpismo da imprensa escrita não é novo no Brasil: a imprensa tentou derrubar ou derrubou Vargas, JK, Jango, e Brizola duas vezes no Rio: sempre contra governantes trabalhistas ou aliados a trabalhistas, como JK.
. A mídia conservadora (e golpista) conseguiu se multiplicar na web, porque, como os portais têm uma produção própria de conteúdo muito reduzida, dependem das agências: Estado, Folha e Globo.
. Porém, como a imprensa escrita é muito ruim, a internet brasileira, através de seus portais, criou um espaço jornalístico – e de opinião – que não tem paralelo no resto do mundo.
. O perigo é esse espaço ser, de novo, contaminado por opinião, em prejuízo de fatos.
. E se a “opinião” predominar sobre os fatos será sempre uma opinião conservadora; e, no caso brasileiro, golpista.
. O problema não é só da mídia e seus donos, mas dos jornalistas também.
. Primeiro, são um absurdo essas faculdades de jornalismo – de baixo teor acadêmico – e a obrigatoriedade do diploma de jornalista para se exercer a profissão.
. Qualquer um pode se tornar jornalista depois de um curso de três meses no Senai.
. O resto, você aprende na vida e na prática.
. De preferência, o jornalista deve ter um curso superior – qualquer um: filosofia, matemática, medicina, letras clássicas.
. O que mata é a obrigatoriedade de se formar em “jornalismo” !
. Antes de tudo, os jornalistas deveriam saber ler e escrever na língua portuguesa.
. É mais importante ler os livros de maturidade de Machado de Assis do que cursar faculdades de jornalismo brasileiras.
. Essas faculdades de jornalismo se tornaram a “jóia da coroa” das escolas particulares de ensino superior.
. E nasceu o conluio de faculdades – que ganham dinheiro – com jornalistas medíocres – que asseguram emprego – e os donos das empresas – que contratam uma mão de obra dócil, domesticada, abundante e barata.
. Os jornalistas se tornaram, na maioria absoluta, de classe média: eles não têm mais compromisso com a missão essencial da profissão: servir o público.
. Como diz o grande jornalista Mauro Santayanna, os jornalistas perderam a compaixão e querem ser amigos de banqueiros.
. Não se vê mais um pobre nem um negro na redação dos jornais e revistas brasileiros.
. Quero dizer que tenho um mau presságio: a forma agressiva e despudorada com que a imprensa escrita trabalha para derrubar o Presidente Lula pode levar a uma situação de violência – e de violência institucional.
. À medida que se torna claro que o Governo Lula pode ser um sucesso do ponto de vista econômico e social – e, portanto, fazer o sucessor – como diz Maílson da Nóbrega (*2) – a mídia conservadora (e golpista) se desespera. (*3)
. A mídia se torna mais golpista a cada dia – especialmente depois da renovada virulência das Organizações Globo.
. A democracia brasileira não tem instituições para absorver isso com normalidade.
. Nem o Estado brasileiro se preparou para conviver e enfrentar, se for preciso, uma mídia golpista que intervém no processo político e nas instituições.
. A mídia conservadora e golpista vai levar o Brasil a um impasse político.
. O Brasil pode se tornar uma Venezuela.
. Com a ajuda dos jornalistas.

postado em: http://conversa-afiada.ig.com.br/

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