Jornal do Brasil -
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse, ontem, que a empresa vai licitar em breve o segundo lote de embarcações para a indústria naval brasileira.
– Nos próximos dias vamos definir o volume do segundo lote – informou Machado que não quis precisar a data em que será definida a encomenda de novos navios, nem o porte das embarcações, "para não sinalizar ao mercado", mas afirmou que a licitação será feita nos próximos meses.
A subsidiária da Petrobras vai encomendar 16 novas embarcações à indústria nacional que deverão estar no mercado até 2012, dentro do programa de reabilitação do setor, alcançando a contratação de 42 novos navios, um dos pilares da política industrial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde seu primeiro mandato.
A Transpetro já encomendou 26 navios aos estaleiros brasileiros no primeiro ciclo de investimentos ao custo de US$ 2,5 bilhões que deverão ser entregues até 2010. Segundo Machado, essas encomendas serão entregues dentro do prazo previsto, mas não detalhou como está o cronograma de construção, somente afirmou que está dentro das previsões da empresa.
O programa de recuperação do setor que já foi o segundo no mundo em construção de navios medidos em tonelagem, nos anos 70, e depois saiu da listas dos principais construtores, faz parte da estratégia do governo de retomar a produção de embarcações para a marinha mercantil, indústrias naval, de defesa naval, de pesca, de apoio marítimo e portuário e náutica e de lazer.
Depois de a indústria naval ter quase desaparecido nos anos 80 e 90, gera hoje 22 mil empregos diretos e a expectativa é de chegar a 150 mil, com a contratação de mais 40 navios e 40 plataformas de exploração de petróleo nos próximos anos.
– Precisamos garantir que esses projetos sejam executados no país – disse o coordenador-geral da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Marítima, deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), durante o lançamento da Frente, ontem, no Salão Nobre da Câmara. A Frente Parlamentar nasce com a adesão de 100 deputados e 20 senadores.
Hoje, o Brasil depende de navios de outras bandeiras para fazer o transporte internacional de cargas que movimenta, por ano, cerca de US$ 10 bilhões no país, sendo que apenas US$ 400 milhões são internalizados. A indústria naval responde por 95% do comércio mundial e 72% da frota que faz esse transporte é dos países que concentram 50% do comércio mundial, segundo dados da Frente Parlamentar. O Brasil ocupa a 10ª posição entre os maiores produtores de embarcações por tonelagem de uma carteira de cerca de 9.400 encomendas, onde se destacam a Coréia do Sul e a China.
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