05/05/2007

Sobre a quebra de patentes do Efavirenz


A quebra de patente do medicamento Efavirenz, produzido pelo laboratório norte-americano Merck Sharp & Dohme e usado no combate ao vírus HIV, já está provocando bastante polêmica.

O caso é útil para ajudar a identificar, nos jornais, os colunistas realmente "fechados" com a defesa do capital: são os que atacam a decisão do governo Lula de quebrar a patente. Os argumentos são quase sempre os mesmos: tal ato inibe investimentos farmacêuticos. É a mesma lógica que impede a revisão de contratos de concessão ou privatização (os investidores não vão gostar...). O pavor sobre o comportamento dos investidores é na verdade uma desculpa para melhor servi-los.


Há também quem veja na quebra de patente um ato de demagogia do presidente Lula. Bobagem: que o presidente capitalize o feito, é algo corriqueiro e natural da política – ou José Serra (PSDB) é outro demagogo que vive batendo no peito a criação dos genéricos, uma ação que nem sequer é da sua gestão? Lula não mandou quebrar a patente do remédio para fazer demagogia. Quebrou porque a negociação com o laboratório não deu frutos e também para servir de exemplo do que pode acontecer nas futuras negociações.


O ministro da Saúde tem de pensar nos doentes e foi um nome deles que José Gomes Temporão atuou. Este ministro, aliás, deverá ser uma das mais gratas surpresas do segundo mandato. É do ramo, tem compostura e seriedade para fazer um grande trabalho.

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