04/03/2008

Mercado Imobiliário Brasileiro não Sabe o que é Crise



Folha de S. Paulo -
A crise imobiliária nos Estados Unidos não afetou o humor dos empresários do setor de construção civil no Brasil. Muito pelo contrário. O setor nunca esteve tão otimista em relação ao futuro. Segundo a 34ª Sondagem da Construção, realizada pelo Sinduscon-SP e pela FGV Projetos, o índice que calcula as perspectivas de desempenho das empresas de construção atingiu, em fevereiro, a marca de 61,1 pontos no país, alta de 12,2% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 2,1% em comparação à última pesquisa, que foi feita há três meses.


Essa foi a primeira vez que o indicador ultrapassou a barreira dos 60 pontos desde que a sondagem começou a ser calculada, em 1999. De acordo com a metodologia da pesquisa, até 50 pontos significa pessimismo, e acima disso, otimismo.


O levantamento foi feito com 238 empresários da construção civil em todo o país durante o mês de fevereiro. Os outros dados da pesquisa também confirmam esse otimismo.


De acordo com a sondagem, o indicador desempenho da empresa, que corresponde ao atual momento do setor, atingiu 57,6 pontos, uma alta de 19,6% em relação a fevereiro do ano passado e de 4,7% em comparação a dezembro passado. As previsões sobre o volume de negócio e a rentabilidade do setor também melhoraram, com crescimento de 21,2% e 14,1% sobre fevereiro do ano passado.


O estudo mostra ainda que os empresários estão mais confiantes de que o crescimento da economia vai se repetir neste ano. Para 29,5% dos entrevistados, o PIB brasileiro vai crescer de forma satisfatória, o que deve contribuir para o faturamento do setor. Para João Claudio Robusti, presidente do Sinduscon-SP, esses números refletem o bom momento do setor e da economia no país.


De acordo com Robusti, o setor de construção cresceu 7,9% no ano passado, e, para este ano, a previsão é uma expansão de 10,2%. "O crescimento deste ano já está garantido", afirma o presidente do Sinduscon-SP.

Somada às boas perspectivas do setor de Construção Civil, o Brasil terá em 2008 um forte crescimento das obras de infra-estrutura. Números do IBGE já mostraram o aumento de 50% no financiamento para o setor alavancado pela obras do PAC. São setores bastante dinâmicos, que envolvem uma longa cadeia produtiva e grande geradora de emprego e renda para uma população menos especializada. O governo acertou em cheio quando deu a esses setores um tratamento adequado, tanto na oferta de crédito quanto na aprovação de marcos regulatórios que tiraram históricos gargalos para os investidores privados e públicos.


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