06/03/2008

Os onze maiores desmatadores da Amazônia


Carta Capital - Publicada na quarta-feira 5, no Diário Oficial da União, uma instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente deflagrou, sem alarde, o mais importante movimento realizado no Brasil para coibir o desmatamento ilegal. A norma formalizou as regras para embargo de áreas desmatadas, especialmente nas regiões de floresta amazônica.

Para fazer valer a nova regra, o Ministério do Meio Ambiente preparou uma lista dos 150 maiores desmatadores do País.

A Instrução Normativa do MMA prevê, ainda, a produção de um mapa de todas as áreas embargadas, as chamadas “imagens georeferenciadas”, produzidas com o apoio de satélites e colocadas na internet para consulta pública, a partir da segunda quinzena de março.

Essa exposição tem como objetivo impedir que as terras detectadas pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes (no caso de unidades de conservação) sejam colocadas à venda. Servirá, ainda, para rastrear criações de gado nas áreas mapeadas e, assim, impedir a venda desta carne – declarada ilegal, por essa razão – para frigoríficos.

Na liderança do ranking está a empresária e pecuarista Rosana Sorge Xavier. Em junho de 2007, ela recebeu três autos de infração do Ibama por conta das irregularidades na fazenda Campo Alegre, em Vila Bela da Santíssima Trindade (MT), próximo à divisa com a Bolívia.

A família Sorge Xavier é uma das maiores exportadoras de carne do Brasil. É dona do frigorífico Quatro Marcos, com sete unidades no Mato Grosso e Goiás, um enorme centro de distribuição em São Paulo e mais de 6 mil funcionários, conforme anunciado no site oficial da empresa.

Autuados pelo Ibama, eles são acusados de derrubar mais de 50,4 mil hectares de floresta amazônica ilegalmente. A área é superior à da capital gaúcha, Porto Alegre, e corresponde a mais de 61 mil campos de futebol, nas maiores dimensões permitidas pela Fifa.

A lista dos onze maiores desmatadores da Amazônia

1. Rosana Sorge Xavier. Devastou 9,4 mil hectares no Mato Grosso. É o equivalente a 11,4 mil campos de futebol, quase a área da capital capixaba, Vitória.
2. Margarida Maria Barbosa de Oliveira. Responsável pelo desmate de 6,5 mil hectares no Pará.
3. Mário Quirino da Silveira. Desmatou 5,3 mil hectares no Mato Grosso.
4. João Ismael Vicentini. Derrubou 4,3 mil hectares de floresta em Mato Grosso.
5. Agropecuária Jarinã S/A. A empresa também desmatou uma região com extensão de 4,3 mil hectares no Mato Grosso.
6. Salete Maria Ruaro Aernoudts. Devastou 4 mil hectares de floresta amazônica.
7. Fernando Sampaio Novais. Derrubou 3,5 mil hectares em Mato Grosso.
8. Sebastião Lourenço de Oliveira. Desmatou 3,5 mil hectares no Pará.
9. Jair Roberto Simonato. Responsável pelo desmatamento de 3,4 mil hectares no Mato Grosso.
10. Fernando Conrado da Silva. Devastou 3,3 mil hectares no Pará.
11. Leonidio Benedito das Chagas. Derrubou 2,9 mil hectares de floresta no Mato Grosso.

Essa lista deveria ser publicada em todos os mercados importadores de carne (nacionais e estrangeiros) para que as empresas sofram represarias comerciais. Mais importante que multas que ficam às vezes anos na justiça, é a desmoralização pública dos criminosos. Dessa forma, os prejuízos serão imediatos.


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