Hoje ainda é dia 19, Dia do Índio, como há dez anos. Só que na madrugada daquele dia 20 de abril de 1997, em Brasília, o índio pataxó Galdino chegou tarde ao alojamento onde dormiria¸ deu com a cara na porta e foi dormir na rua. Acordou com o corpo em chamas, vítima de uma “brincadeira” criminosa de cinco jovens de classe média – um deles menor de idade.
Segundo o que relataram posteriormente à polícia, eles viram o homem deitado, não sabiam que era um índio, imaginaram que fosse um mendigo, e resolveram tocar fogo nele para se divertir, vejam só.
Pois é, na passagem do dia 19, na madrugada do dia 20, a “brincadeira” dos jovens mostrou no corpo de Galdino que o Dia do Índio tinha acabado. Galdino não resistiu à “brincadeira” e morreu.
Os jovens assassinos de Galdino foram condenados a 14 anos de prisão. Não cumpriram nem três.
Portanto, índios e mendigos, não dêem bobeira de madrugada. Eles estão soltos.
Um comentário:
As barbaridades cometidas nesse país são tantas e a certeza da impunidade, incentiva cada vez mais crimes hediondos como esse.
o sentimento de nação se perdeu com a ditadura e nunca mais retornou.
Como se pode amar um país que permite matar os nossos familiares,sejam indios, bancos, mendigos, negros..nãoimporta é nossa gente que se vai, como se fossem vômitos que fedem nos narizes deles que vivem a odiar tudo que não sejam eles ou deles. Somos para eles a escória, e eles para nós os monstros que massacram a nossa gente e saem rindo sem nada dever.
A desesperança se criataliza a cada injustiça sem punidade: Chico Mendes, Galdino, Tim Lopes, Irmã Dorothy e todos os outros conhecidos e anônimos que são em milhares, vítimas de monstruosidades.
Mortes requintadas de crueldades, não podem ser de um irmão. Sinto um desamor cada vez maior quando reflito sobre todas essas coisas, e sobre como pessoas justas sejam pobres ou não são tão odiados, por serem justos, ou por serem pobres! Razões criadas pela irracionalidade desses animais.
Que pena Brasil! já não és tão digno de amor. Estás infectado pela vergonha dos crimes de corrupção, pelas desigualdades sociais e barbaridades como estas. já nã és capaz de assegurar a paz e a dinidade para a tua gente.
Lurdinha Bezerra
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