17/04/2007

O livro secreto do Exército


Os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas continuam hoje a publicar a série de matérias, iniciada no domingo, baseadas no livro secreto feito pelo Exército, sob encomenda do ministro do Exército no governo Sarney, general Leônidas Pires Gonçalves, com a versão dos militares sobre a repressão aos que lutaram contra a ditadura.Nas matérias de hoje - "Câmara vai chamar general para depor", "Retratos do porão" e "O lado B da esquerda" (só para assinantes) - nenhuma novidade.


Apenas a repetição de velhos e surrados chavões historicamente utilizados pelos militares contra os militantes de esquerda e engajados na luta pela democracia.A publicação das matérias, no entanto, já começa a produzir reações concretas e positivas. Como os jornais informam hoje, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados decidiu convidar o general da reserva Leônidas Pires Gonçalves para depor sobre o livro secreto do Exército, produzido no período em que ele comandou a Força (1985-1990). Também solicitou aos ministros Waldir Pires (Defesa) e Dilma Rousseff (Casa Civil) que determinem a realização de nova busca, “agora mais rigorosa, dos documentos capazes de desvendar a verdade sobre as circunstâncias dos desaparecimentos de opositores políticos do regime militar”.


Essa é a questão central e mais importante das reportagens que estáo sendo publicadas pelo Correio Braziliense e pelo Estado de Minas: o chamado Livro Negro do Terrorismo no Brasil narra a prisão e a morte de 16 guerrilheiros do PCdoB na região do Araguaia e de outros sete militantes do Movimento de Libertação Popular (Molipo), da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Aliança Libertadora Nacional (ALN). O Exército sempre negou que tivesse essas informações.

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