19/04/2007

Para Nassif, criadores do Real buscaram enriquecer


Às vésperas do lançamento oficial do Plano Real, em 1994, o então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, assegurava publicamente que haveria paridade entre a nova moeda e o dólar. Não foi o que aconteceu.


O real entrou em cena valendo mais que a moeda norte-americana, e sua cotação subiu ainda mais com o passar do tempo. As conseqüências da sobrevalorização foram desastrosas: explosão das importações, déficit em conta corrente e desaceleração da economia, em razão da necessidade de manter juros altos para atrais capitais especulativos.


Para o jornalista Luís Nassif, não houve um simples erro na condução da economia na época, mas uma "operação de mercado". Ele vê uma ação deliberada dos formuladores e implementadores do plano com o objetivo de beneficiar a si próprios e a grupos aliados. "Eles tomaram um conjunto de medidas técnicas cuja única lógica foi permitir enormes ganhos para quem sabia para onde o câmbio ia caminhar. E o grande vitorioso desse período é o André Lara Resende, que é um dos formuladores dessa política cambial", disse Nassif, em entrevista a Terra Magazine.


A interpretação do jornalista sobre a formulação e a crise do Plano Real está no recém-lançado livro "Os Cabeças-de-Planilha - Como o Pensamento Econômico da Era FHC Repetiu os Equívocos de Rui Barbosa". No livro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que as reclamações contra a alta carga tributária no país são "choradeira" (leia aqui).

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