28/05/2007

Istoé, exemplo de jornalismo parcial e comprometido


A matéria de capa da revista Istoé desta semana, é um bom exemplo de como a mídia brasileira se tornou parcial, partidária e comprometida.

É claro que muita coisa ainda vai surgir na lama que envolve a construtora Gautama e políticos baianos, mas a capa da istoé desta semana traz uma arte em que o governador Wagner, aparece fisgado por um anzol ao lado de outras figurinhas carimbadas do carlismo.

O pressuposto induzido pela capa é que Wagner teria sido pego com a mão na massa, comprometendo de vez o mandato que acaba de começar.

Quando se ler a matéria no interior da revista, o conteúdo é recheado de denuncias que envolve o governo de Paulo Souto e diversos carlistas de carteirinha, como Marcelo Guimarães, Clemilton Andrade e Antonio Honorato. Veja aqui um trecho da matéria da Istoé; Durante a administração de Paulo Souto, entre 2003 e 2006, só a Seviba (outra empresa do Zuleido) recebeu mais de R$ 70 milhões do governo estadual. De acordo com o site Contas Abertas, de 2002 a 2007, em levantamento para ISTOÉ, três das empresas do grupo receberam R$ 38,5 milhões do governo federal, sempre na Bahia. Em outro pedaço a revista afirma: Os documentos do inquérito obtidos com exclusividade pela reportagem de ISTOÉ revelam que, dentre as autoridades investigadas está, por exemplo, o presidente do Tribunal de Contas da Bahia, Antônio Honorato de Castro Neto, indicado para o órgão pelo senador Antônio Carlos Magalhães. Há pelo menos dois nomes do governo de Paulo Souto: o diretor administrativo da Secretaria de Saúde, Hélcio de Andrade Júnior, e o chefe de gabinete da mesma pasta, Wedner Souza da Costa. E segue dizendo, Depois de vencer as concorrências, as empresas de Clemilton e Marcelo costumavam fazer doações eleitorais a políticos do grupo de ACM. Em 2004, por exemplo, a Seviba doou R$ 27 mil para a campanha do senador César Borges à Prefeitura de Salvador. Nas eleições do ano passado, a empresa fez doações para Paulo Souto, candidato à reeleição, e para Rodolpho Tourinho, candidato derrotado ao Senado.


Em relação a Wagner, a matéria trata de um telefonema do Zuleido para o prefeito de Camaçari, veja aqui, No dia 8 de maio de 2006, Zuleido telefona para o celular do prefeito Luiz Carlos Caetano, também petista e apontado como o herdeiro político de Wagner, com o intuito de marcar uma reunião, e usa o nome do governador. Quem atende é um assessor, de nome Ilário. Diz o relatório da PF: "Zuleido se identifica como sendo Zuleido da Gautama, diz que quer falar com (o) prefeito (....). Zuleido diz (que) quem forneceu o número 9174- 9174 foi Jaques Wagner." "Eu não passei telefone nenhum para o Zuleido. Isso foi bravata dele para chegar no prefeito", diz o governador.

Mesmo assim, a revista achou melhor botar a cara de Wagner na capa, fisgado pela operação navalha, uma forçada de barra, puro jornalismo marrom, parcial e comprometido.

Não é por pouco portanto que a Istoé é conhecida nos meios jornalísticos como “Quantoé”. Ta explicado.

Você pode ler a matéria na integra no http://www.terra.com.br/istoe/

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