30/05/2007

Por Incompetência Administrativa de Valderico, Cefet não será em Ilhéus.


A polémica sobre a implantação do Cefet – Escola Técnica Federal em Ilhéus ou Itabuna, é uma prova viva da tendência antropofágica regional.

Esta região se nega ao associativismo, não tem mais instituições regionais, acabaram com o ICB com a Coopercacau e com o CNPC, a próxima vitima já a caminho será a Ceplac, o individualismo é a regra, o que é bom para um não pode ser para a outra ou vice versa.

Os políticos regionais brigam por migalhas, não tem uma visão estratégica do futuro, nem conseguem formular uma agenda mínima de reivindicações junto ao estado e a federação.

Falta a nossa região um plano diretor metropolitano, ou melhor, falta tornar-se uma região metropolitana, somente assim sairíamos destes debates improdutivos e bairristas como o atual, dois deputados com representatividade regional tomam partido bairrista e esquece o regionalismo.

Nas diversas áreas da nossa economia, esse bairrismo mal resolvido vem causando estragos. Um bom exemplo, esta no turismo, em mil novecentos e noventa, quando diversas instituições ligadas à luta ambiental em Ilhéus conseguiram convencer o governo do estado sobre a implantação de um modelo de estrada, baseado em uma estrada parque entre Ilhéus e Itacaré; na época, parte do projeto deveria ser tocado por um consórcio a ser criado entre as prefeituras de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré, a ação nunca saiu do papel, mesmo dispondo de recursos do prodetur um (programa de desenvolvimento do turismo). Não havia cultura de consorcio entre os prefeitos e as comunidades.

A situação entre Ilhéus e Itabuna é ainda mais grave, distante apenas vinte e quatro quilômetros, ligadas por uma estrada quase que completamente habitada, diversos bairros, uma universidade e um centro de pesquisa que juntas, empregam milhares de pessoas das duas cidades, mas nem assim surge uma sinergia que possa reunir os interesses estratégicos.

Este debate sobre o CEFET, é um bom momento para retornarmos o debate sobre a criação da região metropolitana Itabuna/Ilhéus, iniciativa do ex-senador Waldek Ornelas que nunca foi pra frente.

Se fossemos hoje uma região metropolitana, este e outros debates seriam mais produtivos.

Temas como a duplicação da rodovia Jorge Amado, o pedágio, novo aeroporto, aterro sanitário, estádio, saneamentos básicos (rio Cachoeira), hospital universitário, usina de reciclagem entre outras, são só alguns dos temas comuns as duas urbes.

Um Cefet, que deveria ser motivo de união e luta em conjunto das duas cidades, vai tornando-se um motivo de divisão.

Mas o pior desta historia toda é que na verdade nem Ilhéus nem Itabuna, ficaram com o Cefet, a incompetência dos dois administradores municipais não deixa. O prazo para apresentação da contra partida, termina no inicio do mês de julho, ou seja, um terreno ou mesmo um prédio para construção e funcionamento da escola, teria que ser apresentado ao Ministério de Ciências e Tecnologia, nesta data. O prefeito de Ilhéus disse que já assinou com a Codeba um convénio para ocupar áreas do antigo porto. A Codeba nega que tenha assinado algo com o prefeito, de fato, mesmo que a Codeba quisesse doar a área, dependeria de outros tramites burocráticos, tais como consulta a conselhos superiores da Portobras e ao Spu (Serviço do Patrimônio União) entre outros.

Este governo de Ilhéus não consegue abrir um restaurante popular, mesmo depois de ganhado tudo do governo federal, imagine liberar em um mês um terreno plenamente legalizado para construção da escola.

Faço uma aposta, Ilhéus já perdeu o Cefet.

Nem Veloso nem Alice Portugal, vão precisar ficar mais batendo boca pelos jornais.

Resta saber se Fernando Gomes será mais competente (se é que esta palavra aplica-se a ele) do que Valderico e levar para Itabuna uma escola federal que a principio e por principio, deveria ser das duas cidades e por consequência da região.





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