02/04/2007

Grande imprensa vive crise de estrutura e credibilidade

Em imperdível entrevista ao Observatório de Imprensa – “Ombudsman da Folha vê com pessimismo futuro de jornais”, Marcelo Beraba, ombdusman da Folha, critica a falta de equilíbrio da mídia na cobertura das eleições presidenciais de 2006. Beraba admite, implicitamente, que a grande imprensa vive uma dura crise de identidade, decorrente da perda de qualidade e da erosão da credibilidade no que é publicado. Redações inexperientes, fraca implantação nacional, sucursais rarefeitas (uma pessoa para cobrir toda a Amazônia, por exemplo) formam a base estrutural desse esfacelamento que também tem uma forte dimensão de escolhas políticas equivocadas. A mídia radicalizou contra o governo e contra Lula em 2006. Não convenceu a população brasileira. E o Presidente teve uma reeleição esmagadora. Foi tal a radicalização observada que, agora, grandes veículos vivem uma longa ressaca à deriva, com sérias dificuldades para retornar ao porto seguro do equilíbrio. Nos últimos cinco anos, os jornalões perderam 1/3 dos seus leitores, diz Beraba. Significa dizer que se tal erosão recaísse exclusivamente sobre um deles, teria causado a sua morte. Boa hora para desenvolver um projeto de comunicação pública, nacionalmente implantado, capaz de devolver à notícia a qualidade e o equilíbrio que formam o chão firme da credibilidade. Leiam a íntegra da entrevista do ombdsman da Folha, Marcelo Beraba, ao Observatório da Imprensa.

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