25/04/2007

OUVIDORIA: NOVA “FERRAMENTA” DO LEGISLATIVO




... e disse o presidente Alisson: “Com o novo instrumento, a população poderá fazer críticas, sugestões e reivindicações aos órgãos públicos em geral visando o fortalecimento da democracia direta e a construção de um município melhor para viver”. Nota da CMI/ASCOM


Adoraria se isso, essa proposta, verdadeiramente, acontecesse. Mas, o que posso deduzir/concluir, neste particular, é que o presidente – descrente na Casa que dirige – resolveu construir uma “ponte” entre o povo e os segmentos diversos – porque a CMI já mostrou, inúmeras vezes, que não tem poder de fogo suficiente pra fazer acontecer o que essa mesma sociedade clama, solicita, reivindica, quer ... e o povo quer pouca coisa.


O povo quer ver no seu representante um defensor para todas as horas. Tipo: ligar para o seu vereador (ou qualquer outro) denunciar e ele, da tribuna, “soltar o verbo’ e num momento seguinte ver o seu pleito atendido. Simples? Parece ser, mas, basta ir na sessão da CMI que você vai ver muito discurso e, verdade seja dita, pouca ação. Disso o povo já está de ‘saco cheio’ e, mesmo se for 1 Real, ele não aposta que ‘dali vai sair uma solução’ para os seus queixumes.


Passando os olhos na nota da CMI vejo, também, um detalhe interessante que é a ação ‘marqueteira’ no número do telefone da Ouvidoria. Coloquei, propositadamente, para que o eleitor menos atento não ‘passe batido’ na bela sacada do presidente Alisson quando conseguiu um número para ser discado com a intenção de associá-lo ao PT, seu partido. Quer dizer: ligue para o PT e faça a sua reclamação? (só tem menino amarelo nesse meio...).


Os vereadores estão enfraquecidos perante a opinião pública e qualquer coisa que se faça, por lá, tem por objetivo melhorar a imagem do Legislativo perante a sociedade ilheense. Isso tem acontecido com a implementação de idéia, projetos etc, mas, ainda não foram suficientes para o objetivo maior: obter RESPEITO E CREDIBILIDADE.


Observe que, ‘vira e mexe’, uma sessão especial é marcada. Quando a violência aumenta, lá vai uma especial para discutir a segurança pública. Se as queixas se avolumam - na questão da saúde - lá vai sessão especial para discutir a saúde e assim, com a bola da vez, vão gastando munição, gastando energia (lâmpadas, ar condicionado etc) e, também, a dos oradores que se desmancham de tanto gesticular para impressionar a platéia e, depois, no outro dia, sai num programa de rádio: “ontem, fui assaltado ..., o posto médico estava fechado, não tem remédio e a mulher que me atendeu é uma mal educada...” e, aí, os vereadores/atores - que discutiram o tema na véspera ou no mês passado ou no ano retrasado - ficam com cara de ‘mané’ na opinião dos seus eleitores, do povo, da sociedade e todos os etc do mundo, porque nada é resolvido, nenhum solução vem através daqueles calorosos pronunciamentos.


Vou rezar para pagar a minha língua porque a exemplo dos demais munícipes quero que tudo funcione e bem na cidade de Ilhéus. Quero ligar para um vereador ou mesmo para o presidente do Legislativo na certeza de que o meu problema será resolvido. Não quero ouvir desculpas esfarrapadas como invariavelmente acontecem quando ligam para a CMI (queixas se avolumam aqui e é desnecessário postá-las).


Chega a OUVIDORIA, em grande estilo (trabalhada que foi e ainda está sendo) de maneira apoteótica. Vamos aguardar, esperar. Existem Comissões, os vereadores serão acionados, os nomes dos mais “eloqüentes” correrão, os votos poderão ser mantidos e ou desaparecidos de uma vez por todas e a renovação ser recorde.


O povo de Ilhéus está triste porque tem um EXECUTIVO desastrado e sem compromissos com a coisa e ou causa pública. Por conta disso, nossas esperanças bandearam para o Legislativo, mas, com a sucessão de fatos (escabrosos até), sem ações enérgicas saídas da CASA DO POVO, nossas forças vão se esvaindo e com ela a confiança/esperança que teremos alguma chance de barrarmos os desmandos que ai estão e que são do conhecimento de todos. Isto, nos dois PODERES.


Uma pena, uma maldade, uma irresponsabilidade. Enquanto isso, a APATIA vai crescendo, dia após dia, e ILHÉUS segue definhando ...


Lamentável ... tenho certeza e aposto que isto a OUVIDORIA não quer ouvir, saber, tomar conhecimento ... mas, vai LER! Ah! se vai ...


2 comentários:

Anônimo disse...

Ilheus lutou muito pra ter deputado federal e estadual. agora os dois, Angela e Veloso, pretendem disputar a eleição pra prefeito em 2008. isso é sacanagem. inclusive nessa sexta-feira, no programa do jabista Gil Gomes, a deputada disse claramente se ela não for a candidata, lençara alguem do seu grupo, que por certo seria o filho. Com tudo isso, akém desse divisor de águas dentro do proprio PT, não é uma grande oportunidade que dão para Valderico se reeleger. nunca se sabe o que sairá das urnas.

Anônimo disse...

Desacreditar na implantação de uma Ouvidoria Pública seria a prova concreta que a sociedade ilheense não tem mais nenhum interesse na busca pelo progresso.
Não devemos avaliar a implantação da Ouvidoria como um meio de se melhorar a imagem do legislativo ou mesmo um meio de marketing para tal.
A sua implantação surge para assegurar ao cidadão Ilheense a oportunidade de participação na gestão pública, traduzida na capacidade de manifestar suas sugestões, reclamações e denúncias.
É criada para atuar de forma autônoma, transparente, imparcial e personalizada no controle da qualidade dos serviços públicos e no exercício da cidadania.
Em razão disso, acredito não ser uma perda de tempo apontar os problemas através da Ouvidoria. Perda de tempo, em minha opinião, é ficar julgando de forma precipitada meios que busquem o avanço de nossos serviços através da voz do cidadão.
Pronuncio-me desta forma não só como um dos filhos de Ilhéus, mas sim como um interessado no assunto, visto ser qualificado pela UFBA para expressar esta julgamento e trabalhar com a exemplar Ouvidoria Geral do Estado da Bahia.
Ramon Cardoso Chalhoub.